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Rabello diz que juiz foi sábio em suspender assembleia da Oi

10 nov 2017, 15:17 - atualizado em 10 nov 2017, 15:17

O adiamento da assembleia de credores da Oi que aconteceria nesta sexta-feira, 10, foi uma decisão sábia do juiz da recuperação judicial, uma vez que não havia um plano de investimento robusto para ser discutido naquele momento, segundo Paulo Rabello de Castro, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), acionista e credor da tele.

“Começaria mal essa assembleia, causando apenas emergência de um conflito que está latente. Então, é ruim abrir uma assembleia sem um consenso sobre os investimentos. O juiz teve sabedoria”, afirmou em conversa com jornalistas na cerimônia de assinatura de convênio com o BID, em São Paulo. Rabello deixou claro que o banco não está satisfeito com o modelo do aporte do atual plano de recuperação apresentado pela companhia, com grande influência do grupo de acionistas liderados pelo fundo Societé Mondiale, de Nelson Tanure.

“O motivo desse conflito é fácil de entender, já que a proposta colocada na mesa é incompleta do ponto de vista dos investimentos que a Oi, pelo seu porte, irá precisar”, observou. O presidente do BNDES indicou também a necessidade da aparição de um investidor com capacidade de investimento relevante para que o plano de recuperação da companhia seja eficiente.

“O juiz teve sabedoria (em adiar a assembleia) até, quem sabe, haja a aparição de um novo parceiro, para que possamos ter segurança de que haverá investimento de porte na companhia”, acrescentou. Rabello considera que o aumento de capital de R$ 9 bilhões previsto no plano não é eficiente, por ser parcelado e incompleto. “Os R$ 9 bilhões não são R$ 9 bilhões”, afirmou.

“O plano de recuperação tem de ser robusto e não contingente”, acrescentou. O presidente do BNDES chamou também o governo a dar sua contribuição para que o impasse seja resolvido, citando que o aspecto das multas da Anatel têm de ser solucionado.

“O mais relevante são as multas, que representam um múltiplo do valor da empresa hoje. Então, é preciso que o governo seja criativo”, disse. Por exemplo, sugeriu ele, poderia haver um reescalonamento dessa dívida. A Anatel reclama dívidas de cerca de R$ 20 bilhões junto à Oi, que, por sua vez, incluiu no plano de recuperação judicial cerca de R$ 11 bilhões.

(Por Cynthia Decloedt)

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