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Quero-Quero: oportunidades em cenário pós-Covid alimentam otimismo de analistas

08 ago 2021, 10:37 - atualizado em 08 ago 2021, 10:37
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A Quero-Quero tem oportunidades de ganho de participação de mercado e expansão de lojas que devem mais que compensar a desaceleração antecipada de categorias que se beneficiaram da fase de isolamento social (como varejo de materiais de construção) (Imagem: Quero-quero/Divulgação)

O otimismo dos analistas com a Lojas Quero-Quero (LJQQ3) ganhou mais combustível depois que a companhia divulgou os resultados do segundo trimestre de 2021, com o indicador SSS (Vendas Mesmas Lojas) crescendo incríveis 35,2% (de 7,2% em igual período de 2020).

Apesar das restrições, a receita bruta de varejo cresceu 45,3%. O segmento de serviços financeiros não ficou para trás, tendo a companhia reportado expansão de 33,1% na categoria. A receita líquida totalizou R$ 496 milhões, salto de 42% no comparativo anual.

As perspectivas para o cenário pós-Covid são ainda mais positivas, na avaliação do Bank of America. O banco chamou atenção para as oportunidades de ganho de participação de mercado e expansão de lojas, que devem mais que compensar a desaceleração antecipada de categorias que se beneficiaram da fase de isolamento social (como varejo de materiais de construção).

“A Lojas Quero-Quero está posicionada para triplicar sua base de lojas em cidades menores do Sul e do Sudeste”, disse o Bank of America. Na opinião dos analistas, o market share regional da Quero-Quero, em torno de 8-9%, é baixo, o que sugere um considerável crescimento de longo prazo nas lojas existentes ao passo que a companhia alavanca escala e tecnologia, bem como seu balanço patrimonial.

O banco destacou ainda que os pilotos recentes sugerem que as lojas-conceito “Mais Construção III” da companhia estão impulsionando as vendas por metro quadrado com tintas dentro das lojas, sortimento maior de acabamentos e treinamento de vendas especializadas. Além disso, estima-se que 13% das vendas predominantes são figital (físico e digital), o que corrobora para uma adição antecipada de aproximadamente 22 mil novos SKUs (Stock Keeping Unit, ou Unidade de Manutenção de Estoque em português) ao fim deste ano.

Para o BB Investimentos, a Quero-Quero tem uma tese de investimento única. Além dos pontos destacados pelo Bank of America – e reforçados pelo BB Investimentos -, como escala, sortimento de produtos e serviços financeiros, a exposição a cidades pequenas e médias coloca a companhia à frente da concorrência (tanto em relação aos pequenos concorrentes quanto aos grandes players do segmento).

Longe de ser apenas um efeito da pandemia, a Ágora Investimentos se atentou para o surpreendente crescimento da Quero-Quero.

“O resultado mostra que o alto crescimento da empresa é estrutural, e não apenas um efeito da pandemia ou dos programas de ajuda governamental, consistente com nossa tese de expansão”, defendeu a corretora.

O Bank of America reiterou a compra da ação da empresa, com preço-alvo de R$ 25. A Ágora, dessa vez mais confiante para prever o aumento de market share no modelo, elevou o preço-alvo sugerido para R$ 28.

O BB Investimentos manteve recomendação neutra, embora o preço atual da ação já tenha ultrapassado o preço-alvo de R$ 18,50 estipulado pela instituição para o fim de 2021. O BB Investimentos ressaltou que os resultados do primeiro semestre ainda não foram incorporados no valuation, o que será realizado em breve.