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Trump eleito: ‘Queremos ficar fora da Bolsa brasileira’, diz economista de gestora com R$ 132 bi sob gestão

06 nov 2024, 13:02 - atualizado em 06 nov 2024, 14:24
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Ibovespa abre em XX nesta terça-feira, 5 (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O economista-chefe para internacional da Kinea, uma das tradicionais do mercado, com R$ 132,7 bilhões sob gestão, André Diniz, afirmou que quer “ficar fora da Bolsa brasileira” em comentário de repercussão da eleição do presidente Donald Trump.

A questão é que além do cenário externo, o Brasil também vive problemas internos. O governo trava uma batalha para conseguir cortas os gastos para caber dentro do teto.

“Então, em termos de Brasil a gente acha que Bolsa é mais na ponta vendida. E se o Brasil está num ciclo de alta de juros com o mundo potencialmente num ciclo de corte, ainda que seja um ciclo lento, a tendência é que o real ganhe um pouco de carrego a seu favor”, disse.

Nesta quarta, o Copom deverá se reunir para definir a taxa básica de juros. A expectativa é de aumento de 0,5 ponto percentual, para 11,25%.

Apesar das incertezas, o Ibovespa, que chegou a derreter mais de 1,5%, arrefeceu as quedas diante da sinalização do governo que chegou a um acordo para o corte de gastos.

Eleição de Trump; e o Brasil com isso?

Trump sagrou-se eleito com mais de 270 delegados, o mínimo para ser eleito. Os Republicanos também levaram o Senado e, possivelmente, a Câmara dos Deputados, no que está sendo chamado de ‘onda vermelha’.

“Acho que a vitória do Trump foi bastante consistente. Dois resultados que mostram isso. O primeiro é que ele provavelmente vai virar todos os swing states (estados decisivos). Segundo que mesmo nos estados que são sólidos democratas historicamente a performance da Kamala foi pior do que a performance do Biden em 2020”, destaca.

Em termos de implicação para o mercado, Diniz diz que o ponto de partida da economia hoje é bem diferente de 2016, no primeiro mandato do Trump.

“2016 você não tinha uma situação fiscal tão ruim quando você tem hoje e também não tinha um grau de aperto da economia tão alto quanto tem hoje. Então, nesse sentido, a tendência é que políticas tarifárias ou políticas fiscais tendam a impactar mais a inflação”, coloca.

Na parte fiscal, ele afirma que existe a tendência de que alguns cortes de impostos para as empresas sejam estendidos, mas isso seja compartilhado com cortes de gastos de modo a não piorar tanto o resultado do governo.

“Nesse sentido, o balanço de coisas é um balanço que deve favorecer mais o dólar para o Brasil e para os emergentes, é um governo que causa mais problemas. É mais ruído assim porque, de novo, há uma política provavelmente comercial mais agressiva em relação ao resto do mundo. Isso tende a impactar países emergentes e principalmente os fluxos de capitais”, discorre.

A tendência, segundo ele, é que os fluxos de capitais não venham muito para emergentes, até porque a China e o México são os principais alvos. “Então, a tendência é que seja um ambiente mais difícil para o Brasil também”.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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