Quer viver de day-trade? A cada dez, nove tem prejuízo
Diante da escalada de novos CPFs na B3 (B3SA3), crescem o número de pessoas que tentam utilizar o day-trading como principal atividade profissional, seja pela alta taxa corrente de desemprego, seja pela expectativa de ganhar muito dinheiro.
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Neste cenário, os acadêmicos da FGV Fernando Chague e Bruno Giovannetti publicaram estudo a pedido da CVM sobre o tema, no qual provê informações sobre o retorno desta atividade para pessoas físicas que entram neste mercado.
Como base, foi utilizado banco de dados disponibilizado pela CVM, contendo a atividade completa dos investidores de 2012 a 2017 de todos day-traders que são pessoas físicas, de contratos de mini índice e mini dólar, onde se concentra mais a atividade deste nicho.
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“Apresentamos fortes evidências de que não faz sentido, ao menos econômico, tentar viver de day-trading”, disparam os acadêmicos, ao ressaltarem que, por exemplo 19.696 pessoas que começaram a fazer day-trade em mini índice entre 2013 e 2015; dessas, 92,1% desistiram.
Do restante que permaneceu, 1.558 pessoas que persistiram por mais de 300 pregões, 91% tiveram prejuízo e apenas 13 pessoas obtiveram lucro médio diário acima de R$ 300,00. “Os dados também mostram que o desempenho do day-trader não melhora à medida que ele persiste na atividade (na realidade, piora)”, aponta Chague e Giovannetti.
Em conclusão, os acadêmicos destacam que a última evidência é crucial e vai ao contrário do que é largamente propagado pelas corretoras: “de que day-traders melhorariam com a experiência e que, portanto, deveriam persistir”.
Confira abaixo paper completo dos acadêmicos: