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Quer lucrar com o petróleo? Não compre Petrobras (PETR4), dizem analistas

08 mar 2022, 17:34 - atualizado em 08 mar 2022, 17:34
Para o BTG, as ações da Petrobras, de fato, estão baratas, mas por maus motivos (Imagem: Rosa Panggabean/REUTERS)

O petróleo chegou a patamares recordes após a proibição pelos Estados Unidos da comercialização da commodity russa no mercado.

O Brent para maio disparou US$ 8,06, ou 6,5%, para US$ 131,27 o barril, por volta das 14h no horário de Brasília.

Aqui no Brasil, uma maneira de ganhar com essa alta é possuir uma petroleira na carteira. Mas não todas.

Analistas do Santander e do BTG acreditam que a Petrobras (PETR3;PETR4), a maior companhia do Brasil, não é um bom meio para lucrar com esse movimento. E o principal impedimento está em Brasília.

“Embora a imagem micro da Petrobras tenha sido a mais atraente entre os nomes integrados na América Latina em 2021, nossas preocupações permanecem com o aumento das incertezas macropolíticas e de política de preços no Brasil diante das próximas eleições presidenciais, pesando sobre as ações nesse sentido”, dizem os analistas Christian Audi e Rodrigo Almeida, do Santander. 

Para o BTG, as ações da Petrobras, de fato, estão baratas, mas por maus motivos. 

“O ruído político sobre sua política de preços de combustível e preocupações estruturais sobre sua alocação de capital no longo prazo provavelmente tornarão as ações da Petrobras mais uma ‘aposta do Brasil’ do que nos preços do petróleo”, coloca.

Além disso, Pedro Soares, Thiago Duarte e Daniel Guardiola, analistas do banco, dizem que é improvável que fundamentos sólidos de micro e macro sejam totalmente refletidos no preço das ações da Petrobras.

Mesmo os gordos dividendos não são suficientes para sustentar o otimismo com os papéis, apontam.

“Preferimos aproveitar o momento do preço do petróleo por meio de outros nomes juniores em nosso universo de cobertura”, completam.

O Santander também possui a mesma visão. Nesse caso, a corretora diz que prefere se expor às empresas independentes de petróleo e gás que não estão expostas à incerteza da política de preços, “sendo PetroRio (PRIO3) a nossa favorita”.

Na última segunda-feira (7), as declarações de Jair Bolsonaro voltaram a derrubar os preços das ações da Petrobras, com um tombo de 7%.

Sem pressões no lucro

Apesar das preocupações do mercado em relação à mudança da política de combustíveis da Petrobras, o BTG argumenta que isso não deverá provocar grandes pressões no lucro.

“Desde que reformulou sua política comercial em novembro, a Petrobras reduziu as importações”, lembram os analistas.

Além disso, pontuam, a estatal é muito diferente agora do que foi em outros governos. 

“É bem menos alavancada (1x Dívida Líquida sobre o EBITDA ante 5x em 2014) e uma produtora de baixo custo (US$ 6,7/bbl versus US$ 15/bbl em 2014) graças à alta participação do pré-sal em sua produção, e o Brent atualmente é de US$ 123 /bbl, o que significa que seu segmento mais do que compensará as perdas”, calculam.

O BTG tem recomendação neutra para as ações da Petrobras, assim como o Santander.

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