Quer lucrar com dividendos? Veja 14 ações para ficar de olho no 2º semestre
Os dividendos distribuídos pelas empresas listadas na Bolsa devem entrar em xeque no segundo trimestre de 2023. Isso porque entra no radar a tributação desses proventos — que, atualmente, são isentos —, discutida pelo projeto de lei 2.337/21.
Para o economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, é possível que a medida que propõe cobrança do imposto de renda sobre os dividendos seja lançada até o fim deste ano, disse no BTG Talks.
Com isso, dois movimentos são esperados pelos especialistas do mercado: apreensão dos investidores; e antecipação de proventos.
O estrategista para pessoa física do Itaú BBA, Victor Natal, diz que os investidores sentirão o impacto negativo de uma eventual mudança na lei. “Criam-se apreensões”, diz. Além disso, a nova regra deve impactar o valuation das empresas, se for aprovada.
O analista da Ajax Capital, Rafael Passos, por sua vez, espera que as empresas antecipem os dividendos mais fortes para este ano, se o avanço da reforma for rápido, a fim de diminuir a incisão dos impostos.
Ainda assim, o semestre deve ser forte no quesito de dividendos, refletindo os dados das empresas nos trimestres anteriores.
Empresas para ficar de olho por conta dos dividendos
- A reforma tributária voltou a ser o assunto do momento e pode impactar diretamente nos seus dividendos; entenda como clicando aqui. Aproveite para se inscrever no nosso canal e fique ligado no Giro do Mercado, de segunda a sexta-feira, às 12h.
Bons dividendos e bom momento
Para os especialistas do Itaú BBA e da Ajax, o setor que deve se destacar em dividendos no segundo semestre de 2023 é o financeiro. Os bancos e instituições passam por um momento positivo, além de serem historicamente bons pagadores de proventos, por não terem forte necessidade de reinvestimento do lucro, dizem.
Nesse setor, Natal, do BBA, elenca Banco do Brasil (BBAS3), B3 (B3SA3) e BB Seguridade (BBSE3) como os principais nomes, com destaque para o primeiro.
Outro ramo que será destaque no semestre, segundo os especialistas, é energia elétrica, que tem previsibilidade de resultados e bons dividend yields.
Natal destaca CPFL Energia (CPFE3) e Engie (EGIE3), e também menciona Transmissão Paulista (TRPL4), apesar de não estar barata. Já Passos, da Ajax, pontua a Taesa (TAEE11).
Bons dividendos, mas momento ruim
Por outro lado, o estrategista do BBA elenca três setores que historicamente entregam bons dividendos, mas que passam por momentos difíceis no cenário macroeconômico: commodities agrícolas, minério de ferro e petróleo.
Nos ramos de agronegócio e minério, o impacto negativo vem da dificuldade de crescimento da economia chinesa. “Se a China anda menos, a gente tende a andar menos também. O que gera menos lucro para as empresas desses setores e, consequentemente, menos dividendos para os acionistas”, diz Natal.
Ainda assim, do lado agrícola, ele pontua SLC Agrícola (SLCE3). Já em carnes, os destaques são Minerva (BEEF3), que acompanha o momento positivo do ciclo do boi no Brasil, e JBS (JBSS3), que sofre com o gado caro nos Estado Unidos. “As empresas não deve ser ter performances geniais”, diz.
Em minério de ferro, a Gerdau (GGBR4), principalmente, e a Vale (VALE3) são os destaques.
Por fim, as empresas de petróleo sofrem pressão negativa do preço da commodity. Natal lista PetroReconcavo (RECV3) e Petrobras (PETR3; PETR4), sendo que a primeira é a favorita, pois a estatal tem potencial reduzido de valorização e deve pagar menos dividendos com uma eventual mudança de sua política.