Quer entender a necessidade da Reforma da Previdência? Bradesco explica
Seja por ignorância acadêmica ou pela falta de compreensão dos dados econômicos, a Reforma da Previdência ainda esbarra em pautas populistas e meandros políticos, em meio a discussões nada profundas realizadas no Congresso, sem capacidade plena de compreender a necessidade da pauta.
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Para ajudar os parlamentares, o Depec (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) do Bradesco publicou análise histórica sobre os gastos da Previdência Social no Brasil, avaliando o rápido envelhecimento populacional, o elevado déficit das contas públicas e a necessidade do cumprimento do teto de gastos para contenção da dívida em relação ao PIB.
A alta da despesa como proporção do PIB do RGPS (Regime Geral de Previdência Social), que saltou de 4,9% para 8,5% em 20 anos, é o principal enfoque do texto. “É por conta desse movimento que o sistema previdenciário precisa de ajustes”, avaliam as economistas Myriã Bast e Ana Beatriz Santos.
Para efeitos comparativos, países da OCDE gastam 8,1% do PIB na área previdenciária, 590 pontos-base a menos do que é gasto no Brasil.
De 1998 a 2000, aproximadamente 18,86 milhões de brasileiros eram beneficiários do sistema previdenciário. De 2013 a 2017, o número saltou para nada menos que 32,86 milhões.
Comparação internacional em foco
Outra gráfico que chama atenção é o que explica a idade média de aposentadoria em relação ao tempo de contribuição: hoje no Brasil, este patamar gira em torno dos 54 anos, “consideravelmente abaixo da média mundial”.
A arrecadação previdenciária se tornou inferior às despesas do mesmo sistema a partir do ano de 2015 no segmento urbano. Por sua vez, no segmento rural, o resultado sempre foi negativo.
“Considerando que o número de beneficiários aumenta conforme o envelhecimento da população avança, as despesas previdenciárias devem continuar crescendo acentuadamente. Na continuidade de aposentadorias precoces, como ocorre no Brasil, essa trajetória se agrava ainda mais”, avaliam as economistas, destacando a falta de recursos para saúde e educação, por exemplo.
Por último, o Bradesco destaca que os gastos com previdência no Brasil se assemelham ao do Japão em relação ao PIB, com população muito mais idosa.