Política

Quem troca ministro é o presidente, diz Bolsonaro ao negar troca de chanceler

28 jan 2021, 21:25 - atualizado em 28 jan 2021, 21:25
Jair Bolsonaro
Bolsonaro criticou o fato de que “toda semana” a mídia diz que haverá troca no primeiro escalão (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Jair Bolsonaro negou nesta quinta-feira a intenção de demitir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, conforme havia indicado na véspera o vice-presidente Hamilton Mourão e, em conversa com apoiadores, fez questão de falar que cabe a ele a troca dos seus ministros.

“O vice falou que eu estou para trocar o chefe do Itamaraty. Quero deixar bem claro uma coisa. Tenho 22  ministros efetivos e um que é interino. Aí que nós podemos ter um nome diferente ou efetivação do atual. Nada mais além disso”, disse ele a apoiadores no Palácio da Alvorada.

Atualmente, o único ministro interino no primeiro escalão é Pedro Marques de Souza, na Secretaria-Geral da Presidência, que assumiu o cargo após a ida de Jorge Oliveira, um forte aliado do presidente, para a cadeira de ministro do Tribunal de Contas da União.

Ainda assim, tem ocorrido especulações de que ocorra uma reforma ministerial após a eleição para o comando das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado.

Na quarta-feira, Mourão foi nessa linha. “Acho que poderá ocorrer uma reorganização do governo para que seja acomodada a nova composição política que emergir desse processo. Talvez alguns ministros sejam trocados, entre eles, o próprio Ministério das Relações Exteriores”, disse o vice em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Bolsonaro criticou o fato de que “toda semana” a mídia diz que haverá troca no primeiro escalão, considerando que isso tenta “sempre semear a discórdia no nosso governo”. Ele aproveitou para cutucar Mourão, vice com quem vez por outra tem embates.

“Eu lamento que gente do próprio governo agora passe a dar palpites no tocante a troca de ministros. O governo vai indo bem apesar dos problemas que nós temos da pandemia que realmente deu uma atrapalhada em quase tudo”, afirmou.

“O que nós menos precisamos é de palpiteiros do tocante a formação do meu ministério. E deixo bem claro: todos os meus 23 ministros eu que escolho e mais ninguém e ponto final. Se alguém quiser escolher, que se candidate em 2022 e boa sorte em 2023”, emendou.

Em uma quase certa candidatura à reeleição, o presidente tem dado sinais de que deverá trocar Mourão como companheiro de chapa.

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