Braskem

Quem ganha e quem perde com a alta do petróleo, segundo o Santander

14 fev 2018, 15:31 - atualizado em 14 fev 2018, 15:31

De US$ 44 o barril em meados de 2017 para a média de US$ 67 o barril neste ano, a alta no preço do petróleo reflete nas análises sobre empresas sensíveis à oscilação da commodity. O salto supera a projeção do Santander (US$ 55 o barril) que destaca a Petrobras (PETR4, PETR3) como a principal favorecida pelo óleo bruto mais caro graças à nova política de preços.

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“Desde que a Petrobras implementou sua nova política de preços de combustíveis em outubro de 2016, seus resultados operacionais passaram a ser verdadeiramente – como acontece como outras petrolíferas integradas do mundo – ligados de forma direta aos preços do petróleo”, diz Gustavo Allevato, analista do banco, em relatório a clientes.

Nos cálculos dele, a cada alta de US$ 5 no preço do barril, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da estatal aumenta em média em R$ 9,5 bilhões, considerando um câmbio estável, e adiciona R$ 5 no preço-alvo para o fim de 2018.

“A alta dos preços do petróleo aumenta a geração de fluxo de caixa da Petrobras, com isso acelerando o importantíssimo processo de redução da alavancagem da empresa. (…) Estimamos que a empresa esteja gerando cerca de R$ 55 milhões por dia (R$ 1,73 bilhão por mês) em fluxo de caixa acima de nossas estimativas para 2018.”

A recomendação atual do Santander é de compra das ações ordinárias da Petrobras, com preço-alvo de R$ 21.

Perdedora

Na contramão de Petrobras, a análise de sensibilidade de Gustavo Allevato elege a Braskem (BRKM5) como a mais prejudicada pelo efeito da elevação do petróleo. Isso porque a principal matéria-prima da petroquímica é a nafta, um derivado do petróleo.

No entanto, “como o mercado de resinas parece estar equilibrado para a maioria dos produtos, esperamos que um aumento nos preços da nafta futuramente seja compensado pela alta nos preços de resinas”, afirma o analista. A recomendação também é de compra para os papéis da Braskem, com preço-alvo de R$ 54.

Sucroalcooleiro

O efeito em São Martinho (SMTO3) e Cosan (CSAN3), empresas também pertencentes ao universo de cobertura do Santander, é misto. Por um lado, o petróleo mais caro provoca uma alta no preço da gasolina e, consequentemente, do etanol. Em contrapartida, uma subida do etanol poderia estimular importações, pressionando os preços domésticos do produto.

A recomendação é de compra tanto para São Martinho quanto para Cosan, com preços-alvo de R$ 20,20 e R$ 45, respectivamente.