Quem é Tallis Gomes, bilionário que fez fortuna antes dos 30 com táxis e produtos de beleza, e agora investe em IA na educação
Eleito o empreendedor mais inovador do mundo pelo MIT em 2017 e presente na primeira edição do Forbes Under 30 Brasil, Tallis Gomes, CEO da G4 Educação, pode ser considerado um dos principais empreendedores do Brasil.
Tallis começou a empreender há cerca de 14 anos, com destaque para EasyTaxi, startup que permitia que o próprio passageiro pedisse um táxi pela internet.
“Atingimos 35 países em quatro continentes, acho que foi a primeira startup a bater R$ 1 bilhão em valuation. Eu não considero um investimento como uma aposta, na minha carteira, eu corro muito risco na física com as minhas companhias. Com isso, meus investimentos tendem a ser mais conservadores”, comentou em entrevista para o Money Times.
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Mais tarde, em 2015, Gomes criou a Singu, marketplace de serviços de beleza e bem-estar em que profissionais independentes, sem intermédio de um salão. A ideia chamou a atenção da Natura&Co. (NTCO3), que adquiriu a empresa.
Após isso, em 2019, se juntou a amigos e empreendedores, para criação da G4 Educação, startup de educação que já formou mais de 22 mil alunos e tem mais de 15 cursos disponíveis para empreendedores em diferentes estágios. A meta da companhia é gerar 1 milhão de novos empregos até 2030 por meio do impacto causado em seus alunos.
Investir e empreender no Brasil
Gomes destaca que o Brasil é um bom país para aqueles que contam com capital para investir. “Qualquer título de banco paga IPCA +5 ou IPCA +6, é muito fácil. Acho que é momento de fazer o ‘feijão com arroz’. É pegar debênture incentivada, há bons 2035 que pagam IPCA +6. O que é isso? Nada. Ganhar dinheiro no Brasil é difícil para quem não tem dinheiro”, analisa.
Fora isso, além destes investimentos, Gomes fala que prefere apostar em fundos imobiliários (FIIs) do que correr risco com ações.
Entre os conselhos que ele dá para quem quer investir, é entender que este é um “jogo de longo prazo” e não para quem quer empreender porque está cansado do seu trabalho ou chefe.
“É mais fácil você ganhar dinheiro trabalhando em uma empresa. Empreender não é algo glamoroso no Brasil, porque nós vivemos num país em que um juiz pode, por exemplo, destruir a desoneração da folha que você tinha previsto no seu orçamento do ano. Empreender no Brasil é wild (selvagem)”, vê.
Investimentos em educação e o futuro da IA
Atualmente, Gomes é CEO da G4 Educação, com o uso de inteligência artificial (IA) em educação. Ele conta que empresa deve fazer R$ 320 milhões em receita no ano de 2024, com R$ 100 milhões de lucro líquido.
“Acho que o IA é uma mudança de paradigma. Da mesma forma que vimos um antes e pós da revolução industrial, acho que isso acontecerá para IA. Temos nosso software de IA aqui que me ajuda a estruturar processos que antes eu precisaria pagar alguém, esse é o nível de transformação”, comenta.
Gomes não vê a tecnologia tirando o emprego de gestores, mas ressalta que as coisas poderão ser definidas por profissionais que sabem ou não usar a ferramenta. “Algo como um cara que na década de 90 que não sabia usar o pacote Office. As pessoas que serão substituídas, serão aquelas que não vão conseguir se atualizar e utilizar a IA junto do seu trabalho ”
Entre suas referências, estão Aristóteles, Alexandre o Grande, Jesus Cristo, Carlos Magno, Napoleão, Winston Churchill e Margaret Thatcher.
O bilionário ainda conta que a música foi o que o fez empreender. “No primeiro capítulo do meu livro, o ‘Nada Easy’, que usa minha trajetória para criar a Easy Taxi, e que acaba sendo uma ferramenta para quem quer criar e vender uma startup. E ser líder de uma banda foi a minha primeira empreitada, foi o que me ajudou a falar com o público, e você não consegue ser um líder sem isso”.