Comprar ou vender?

Quem é a mineradora que pode disparar 64% e chamou atenção do BTG

29 mar 2025, 18:05 - atualizado em 29 mar 2025, 18:05
Alumínio, Metal
O BTG calcula o retorno em 14%, o que seria o maior da cobertura – a maioria das empresas que o banco acompanha estão próximas a 10% ou menos (Imagem: Pixabay/rualuminas)

A CBA (CBVA3), empresa controlada pela Votorantim, ganhou mais uma indicação de compra, a terceira em poucas semanas.

Dessa vez, o voto de confiança vem do BTG, que elevou a recomendação neutra para compra, com preço-alvo de R$ 8, o que implica potencial de alta de 64% ante o último fechamento. 

No relatório, os analistas dizem que depois de manter a recomendação neutra por mais de um ano, principalmente devido às preocupações com a alavancagem, agora há mais confiança na estrutura de capital mais saudável da empresa (com alavancagem projetada para atingir 2,0x até o final de 2025), sustentada por uma forte geração de fluxo de caixa livre.

O BTG calcula o retorno em 14%, o que seria o maior da cobertura — a maioria das empresas que o banco acompanha estão próximas a 10% ou menos.

Além disso, as operações são relativamente estáveis, os pedidos seguem saudáveis e os investimentos estão sob controle. 

Já o mercado de alumínio não deve brilhar, (os analistas esperam US$ 2.600/t para 2025–26, próximo ao preço atual), “mas mantemos nossa visão mais construtiva sobre a commodity, devido ao aumento dos custos de produção e à crescente demanda sustentável”.

Menos dívidas: o nome do jogo

Os analistas do BTG lembram que a CBA enfrentou uma “tempestade perfeita” em 2023, impulsionada por:

  • (preços mais baixos no mercado de Londres (LME), girando em torno de US$ 2.200/t; 
  • aumento nos custos de insumos; e 
  • instabilidade operacional nas fundições devido a um problema no fornecimento de coque. 

“Desde então, a empresa estabilizou a produção e as operações, ao mesmo tempo em que implementou um robusto programa de gestão de passivos e vendas de ativos—incluindo a venda de sua participação na Alunorte no ano passado (R$ 237 milhões)”.

No quarto trimestre, a alavancagem da CBA já havia caído para 2,8x. E não deve parar por aí.

O BTG diz que a queda continuará ao longo do ano, beneficiada pela reprecificação de sua dívida em dólar (dado o recente enfraquecimento do dólar e a exposição de 80% da CBA a dívidas na moeda) e pelo crescimento do Ebitda nos últimos 12 meses. 

Os analistas estimam que a alavancagem da CBA chegue a 2x até o final de 2025. 

“Além disso, quando a alavancagem atingir níveis mais confortáveis (entre 1x e 1,5x), acreditamos que a empresa poderá retomar o pagamento de dividendos, o que fortaleceria ainda mais sua tese de investimento”.

CBA: BTG não é o único

E o BTG não é o único. Na semana passada, o Itaú BBA atualizou a recomendação para compra, com preço-alvo de R$ 7. Para os analistas, o desempenho fraco das ações abriu um risco-recompensa mais atraente.

“Estamos, portanto, atualizando nossa recomendação para desempenho superior em termos de avaliação, após ajustar nosso modelo para incorporar preços de alumínio ligeiramente mais altos e uma visão menos cautelosa sobre os custos”.

A corretora também aumentou a previsão de Ebtida consolidado para 2025 em 11%, para R$ 1,6 bilhão, principalmente devido a uma visão menos cautelosa sobre o desempenho de custos da empresa e preços mais altos do alumínio, que mais do que compensaram um real mais forte.

Já o UBS BB iniciou uma série de coberturas no setor de metais e mineração com CSNCSN Mineração (CMIN3), Gerdau (GGBR3), Vale, Usiminas (USIM5) e CBA (CBVA3). No entanto, a única ação que recebeu a recomendação de “compra” foi a CBAV3.

Na visão dos analistas que assinam o relatório, a ação está pronta para se beneficiar dos preços mais altos do alumínio e da desvalorização do real, sendo uma das ações mais alavancadas ao dólar na cobertura do UBS.

Além disso, a equipe destaca o compromisso da companhia com uma estratégia de alocação de capital focada em desalavancagem, em vez de aumentar o capex ou buscar crescimento inorgânico.

O Safra cortou o preço-alvo, de R$ 8,5 para R$ 7,8, é verdade, mas a recomendação é de compra.

Segundo os analistas, a companhia entregará Ebitda, que mede o resultado operacional, de R$ 1,67 bilhão, o que representa alta de 21% no ano, e um rendimento de 14% de fluxo de caixa.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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