Quem deve ajudar mais a achar um emprego? Este estudo de Harvard responde
O LinkedIn é uma das plataformas mais populares para encontrar um emprego atualmente, com as conexões estabelecidas na rede podendo ser determinantes para a carreira profissional.
Um estudo de Harvard, publicado na revista Science, se debruçou sobre as diferentes formas de se relacionar dentro da plataforma, e concluiu que alguns laços estabelecidos podem colaborar melhor na busca por emprego.
O experimento analisou o algoritmo “Pessoas que talvez você conheça” durante cinco anos. Nesse período, os pesquisadores variaram aleatoriamente a prevalência de laços fracos nas redes de mais de 20 milhões de pessoas.
O estudo avaliou 2 bilhões de novos laços e 600.000 novos empregos criados nessa escala de pesquisa. A partir disso, ela sugeriu que tipos específicos de conexões são mais relevantes e podem ajudar mais na hora de procurar um emprego.
Teoria dos laços fracos
Na maior parte das vezes, são nossos conhecidos casuais, e não nossos amigos mais próximos, que se tornam nossas conexões mais úteis na busca de emprego, explica Karthik Rajkumar, um dos cientistas de dados do LinkedIn e coautor do novo artigo da Science.
“Quando nos conectamos com os chamados laços fracos – pessoas que conhecemos apenas um pouco – ganhamos acesso a redes de trabalho que se estendem a áreas inesperadas. Isso nos permite encontrar pessoas e oportunidades que de outra forma não conheceríamos”, conta Rajkumar.
Contudo, é importante ter relativa familiaridade com as pessoas na rede. O estudo descobriu que os benefícios do trabalho em rede geralmente aconteciam melhor quando as duas pessoas envolvidas já compartilhavam pelo menos duas conexões, e talvez até 10.
Os estudo sobre a teoria são de interesse acadêmico pelo menos desde o início dos anos 1970, quando o sociólogo Mark Granovetter publicou um artigo histórico chamado “A Força dos Laços Fracos”. Contudo, a pesquisa era de uma era pré-digital, e exigia atualizações no atual contexto.
Atualizações
Os resultados da pesquisa publicada na Science, ainda, forneceram evidências causais experimentais que apoiam a força dos laços fracos e sugeriram três revisões da teoria.
Primeiro, a força dos laços fracos não era linear. A análise estatística encontrou uma relação em forma de U invertido entre a força do vínculo e a transmissão do trabalho.
Assim, os laços mais fracos aumentaram a transmissão do trabalho, mas apenas até certo ponto, depois dele houve retornos marginais decrescentes para a fraqueza do vínculo.
Além disso, os laços fracos medidos pela intensidade da interação e o número de conexões mútuas apresentaram efeitos variados.
Laços moderadamente fracos (medidos por conexões mútuas) e os laços mais fracos (medidos pela intensidade da interação) criaram a maior mobilidade de trabalho.
Por fim, o mercado de atuação também interfere na forma de se relacionar na plataforma. Isso porque ter contatos variados “ajuda a acompanhar o que há de novo”.
Enquanto os laços fracos aumentaram a mobilidade profissional em indústrias mais digitais, os laços fortes aumentaram a mobilidade profissional em indústrias menos digitais
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