Quem cuida do seu Money, não pode te dar a melhor Info
Por Gustavo Kahil, editor e sócio-fundador do Money Times
Muita gente me pergunta. Por que você criou o Money Times? Eu respondo mais ou menos assim: “Acho que os leitores deveriam ter as informações financeiras fornecidas por quem não deseja por a mão no dinheiro delas”.
Parece óbvio, mas no Brasil não é assim.
A mídia especializada em finanças, aos poucos, se tornou um tipo de “gerente de banco”.
Não há mais interesse em apontar os melhores investimentos ao investidor, para que ele então escolha o que fazer. Agora, a prática é divulgar apenas as alternativas disponíveis que possam ser vendidas para você.
Isso é muito, muito diferente do que um jornalista pode fazer. Isso aprisiona o profissional, que não consegue mais entregar o que leitor precisa: a melhor informação.
Quando o interesse próprio deturpa uma publicação, travestida de jornalismo, veja bem, sem nenhuma indicação de que é uma propaganda, então a informação está morta.
É assim, por exemplo, que um texto “jornalístico”, não propaganda, muda um valor de R$ 40 mil em R$ 9 milhões.
Foi assim que uma notícia publicada na Folha de S. Paulo sobre uma “multa de até R$ 9 milhões para a Empiricus”, foi republicada por outros sites.
A construção da frase é curiosa: Procon multa Empiricus em até R$ 9,7 milhões por propaganda da Bettina
“Multa em até”? Foi R$ 40 mil, oras.
Dá para explicar? Não. Pois quem cuida do seu Money, não pode te dar a melhor Info. Sabe a lógica do “gerente do banco”?