Queiroga pede que pessoas não façam “aglomerações fúteis” e defende distanciamento social
O futuro ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu nesta quarta-feira medidas de distanciamento social para redução das mortes por Covid-19 depois que o Brasil atingiu um novo recorde de óbitos registrados em um único dia, e pediu que os brasileiros não façam “aglomerações fúteis” para diminuir a circulação do vírus.
“Esse impacto desses óbitos que estão aí nós conseguiremos reduzir com dois pontos principais: primeiro, com políticas de distanciamento social própria, que permita diminuir a circulação do vírus, e, segundo, com melhoria na capacidade assistencial dos nossos serviços hospitalares”, disse Queiroga durante entrevista na cerimônia de entrega da doses da vacina da AstraZeneca preparadas na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O cardiologista, que ainda não foi nomeado como ministro, participa desde terça-feira de reuniões e eventos com o atual ministro da pasta, Eduardo Pazuello.
Queiroga defendeu também que as pessoas não façam “aglomerações inúteis” e usem máscara, criticando festas de final de semana.
“Não adianta só o governo ficar recomendando o uso de máscara se as pessoas não são capazes de aderir a esse tipo de medida, um tipo de medida simples que não demanda grandes custos, o governo recomendar redução de aglomerações fúteis e as pessoas ficarem fazendo festas nos finais de semana, contribuindo para circulação do vírus”, disse.
Apesar de falar em distanciamento e de evitar aglomerações, Queiroga não detalhou que medidas de distanciamento defende.
Os governadores, que vem aplicando medidas de restrição de circulação por contra própria, tem cobrado apoio do governo federal e a determinação de medidas que fogem a alçada dos Estados.
Entre elas estão, por exemplo, uma política de fronteiras mais rígida e a restrição de viagens nacionais, tanto por avião quanto ônibus, e um toque de recolher nacional. Até agora, não há uma posição oficial do ministério.
Até hoje, o atual ministro Pazuello evitou defender qualquer tipo de medida restritiva pela contrariedade do presidente Jair Bolsonaro, que é absolutamente contrário às restrições. Técnicos do ministério já reconheceram internamente que existe necessidade dessas restrições, mas que não poderiam recomendá-las porque o presidente não quer.
O país bateu mais um recorde no número de mortes na quarta-feira, com 2.841 óbitos em 24 horas, alcançando 282.127 em um ano de pandemia.
Queiroga disse mais uma vez que é preciso “união nacional” no combate à pandemia e que a política de atuação do ministério é do governo e não da pasta, mas afirmou que recebeu autonomia do presidente para agir.
“A política pública colocada pelo governo é política do governo federal. O presidente confere autonomia aos ministros mas cobra resultados. O presidente nos deu autonomia e faremos ajustes no momento adequado”, afirmou.
(Atualizada às 14h34)