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Queima de caixa da MRV (MRVE3) deixa gosto amargo mesmo com vendas recorde; o que fazer com as ações?

16 abr 2024, 14:04 - atualizado em 16 abr 2024, 14:07
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Ações da MRV saltavam 3,28% durante a tarde. (Imagem: Flávya Pereira/Money Times)

MRV (MRVE3) reportou um recorde de vendas líquidas de R$ 2,13 bilhões na sua prévia operacional do primeiro trimestre de 2024 (1T24), nesta segunda-feira (15). O número é 18,4% maior que o do mesmo período do ano passado.

Além do número alto, a MRV também elevou em 13,7% o ticket médio de vendas, com unidades comercializadas por um preço médio de R$ 248 mil no trimestre, ante R$ 218 mil no mesmo intervalo de 2023. O ritmo de vendas na comparação com 2023 também aumentou. A VSO (venda sobre oferta) subiu de 22% para 33,1% no período.

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No entanto, os números positivos não foram suficientes para ofuscar o alto valor no consumo de caixa das empresas da companhia, de acordo com a análise dos times do Bradesco BBI e da Ágora Investimentos. Bruno Mendonça e Wellington Lourenço, que assinam o documento, constatam que a unidade de negócios da MRV Incorporações queimou quase R$ 18 milhões em caixa, mesmo após vender R$ 630 milhões em recebíveis.

“Vemos que 1/3 dos R$ 750 milhões de terrenos a pagar já foram reconhecidos no 1T24, o que indica que devemos ver algum alívio nos próximos trimestres, mas o quadro ainda deixa um gosto amargo nos números. Olhando para as demais unidades de negócios, Luggo e Urba seguiram a regra de ouro de não queimar caixa, enquanto a queima de caixa da Resia já era esperada, devido à não realização de vendas no 1T24”, destacam no relatório desta terça-feira (16).

O relatório do Santander sobre a prévia também chama a atenção para o consumo de caixa da Resia que atingiu R$ 275 milhões no primeiro trimestre de 2024, contra R$ 40 milhões no trimestre anterior. Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni destacam que o número foi impactado negativamente pela falta de vendas de projetos no trimestre.

Já a análise do time do Itaú BBA destaca que a queima de caixa na operação brasileira no todo se aproximou do ponto de equilíbrio, por conta da ponta positiva de R$ 630 milhões da venda de recebíveis e um repasse de R$ 230 milhões referente a vendas passadas.

Por volta das 13h35, os papéis da MRVE3 subiam 3,28% a R$ 6,62.



Os analistas dos relatórios do Itaú BBA e Santander reiteram a recomendação de “outperform” da ação, com a avaliação de que a companhia segue sendo uma opção para aqueles que buscam retornos mais elevados, com a possibilidade correr maiores riscos. Bradesco BBI e Ágora Investimentos mantêm a indicação de compra.