Queda na inflação de agosto pode chegar a 0,45% após deflação no IPCA-15
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de agosto caiu 0,73%, após alta de 0,13% em julho e marcando a menor taxa em 30 anos. O indicador ficou abaixo das expectativas do mercado, de -0,82%.
Apesar disso, o resultado agrada o mercado. Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, destaca que o grupo de Alimentos e Bebidas ainda não apresentou a desaceleração esperada – foram os produtos que mais subiram no período (1,12%). “Mas a média dos núcleos teve nova queda para 0,56% e a difusão também ficou menor em 65%”, diz.
O grupo que mais ajudou nos números foi o de Transportes: ele caiu 5,24%. Esse movimento já era esperado, por conta da proposta de redução das alíquotas de ICMS dos combustíveis e energia elétrica, atrelada aos anúncios de redução no preço dos combustíveis por parte da Petrobras (PETR3; PETR4).
“É interessante observar o arrefecimento dos bens semiduráveis, com perdas de ímpeto do vestuário e artigos de residência”, destaca Eduardo Vilarim, economista do Banco Original.
Inflação oficial
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo de agosto, que será divulgado no dia 9 de setembro, o mercado projeta uma nova deflação. Leonardo Costa, economista da Asa Investments, afirma que a “projeção preliminar é de deflação de 0,35% no IPCA de agosto”.
Já Eduardo, do Original, aponta que a queda no mês cheio deve ser de 0,40%. “Para o fim do ano, as discussões sobre o efeito defasado dos juros somado às políticas de deflação por ação fiscal podem levar o IPCA a um patamar mais próximo de 6%”, afirma.
Por fim, Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, comenta que o IPCA-15 exibiu deflação, mas a dinâmica inflacionária surpreendeu para cima, não denotando o comportamento que se imaginava.
“Estamos em processo de revisão do nosso índice fechado. Por enquanto, apenas replicando os subitens cuja variação se repete no fechado o IPCA de agosto está mantido em -0,45%.”
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