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Queda em área de investimentos não preocupa, diz CFO do BTG (BPAC11)

12 nov 2024, 16:40 - atualizado em 12 nov 2024, 16:44
BTG
(Imagem: Divulgação)

O BTG Pactual (BPAC11) teve crescimento generalizado em quase todas as áreas da sua operação, com exceção da área de investimentos (investment banking), com receitas de R$ 380 milhões, queda de 35,6%.

Apesar disso, o CFO do banco, Renato Cohn, afirmou, em teleconferência com jornalista, que o recuo não preocupa. Segundo ele, a linha foi afetada pela forte base de comparação de outros trimestres, quando receitas com operações no mercado de crédito (DCM) subiram.

“Quando ajudamos as empresas a emitir seus títulos, como debêntures, CRIs e CRAs, entre outros instrumentos de financiamento, observamos uma pequena diminuição ao longo do terceiro trimestre. Vale lembrar que os dois primeiros trimestres foram muito fortes”.

Para o quarto trimestre, Cohn acredita que o banco deverá experimentar uma recuperação, com pouco mais de atividade.

“O que aconteceu foi que os spreads de crédito nesse mercado de emissão de dívida caíram bastante, então houve uma leve desaceleração no terceiro trimestre, mas nada que preocupe. Acreditamos que esse mercado está se desenvolvendo estruturalmente, com um número crescente de empresas acessando-o”, diz.

Ainda segundo ele, sempre há uma volatilidade, com períodos de mais ou menos atividade. “Neste trimestre, houve um pouco menos, mas acreditamos que o quarto trimestre será um pouco melhor”, discorre.

Sobre o programa de recompra de até R$ 2 bilhões de ações, o executivo afirma que a ação chegou em um patamar onde “enxergamos um nível de preço onde faz sentido até o próprio caixa do banco ser investido na compra de ações, dentro de um conceito de alocação de capital”.

“Por isso, lançamos esse programa de recompras, que tem um prazo longo e será executado conforme os preços e condições de mercado que observamos. Dado o nosso resultado atual e as perspectivas de desenvolvimento dos nossos negócios, acreditamos que a ação está alcançando um patamar bastante atrativo”, coloca.

No ano, o papel do BTG acumula queda de 10%.

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Expansão para próximo ano

Já o presidente-executivo, Roberto Sallouti, apontou continuidade no crescimento em 2025.

“Eu acredito que podemos continuar a ver alguma expansão no próximo ano”, afirmou o CEO, destacando que o banco se beneficia mesmo em um ambiente de taxas mais altas em razão do efeito de juros sobre o capital, embora possa enfrentar mais dificuldade em algumas franquias.

“E se formos capazes de fazer o ajuste fiscal que precisamos fazer no Brasil e os mercados reprecificarem um cenário melhor, acho que isso beneficiaria muito nossos negócios”, acrescentou em teleconferência com analistas sobre o balanço.

No terceiro trimestre, o BTG teve um lucro líquido ajustado de R$ 3,2 bilhões, expansão de 17% ano a ano, acumulando em 2024 um lucro de R$ 9 bilhões de reais, expansão de 19,5%. As receitas totais somaram 6,4 bilhões de reais e o retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) anualizado avançou para 23,5%.

Com Reuters

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.