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Queda de consumo de aço no Brasil será menor que o previsto, dizem siderúrgicas

01 out 2020, 13:18 - atualizado em 01 out 2020, 13:18
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Melhora: nível ocupação das siderúrgicas chegará a 70% no fim do ano (Imagem: REUTERS/ Fabian Bimmer)

A indústria de produção de aço voltou a elevar projeções de desempenho para 2020 e avalia que terá crescimento em 2021, com base nos dados de encomendas recebidas nos últimos meses, afirmaram executivos do setor nesta quinta-feira.

A expectativa para o consumo aparente da liga no país foi revista de queda de 14,4% para recuo de 4,7%, para cerca de 20 milhões de toneladas, informou o Instituto Aço Brasil (IABr), que representa produtores no país como Usiminas (USIM5) e ArcelorMittal.

“Nossos cálculos são feitos em função do que seria a percepção do mercado. No setor de (aços) planos, que tinha queda prevista de consumo de 18%, cairá 8% e longos deve terminar o ano sem previsão de queda”, disse o presidente-executivo da entidade, Marco Polo de Mello Lopes, a jornalistas.

O setor também projeta agora que as vendas de aço no Brasil vão cair 3,1% este ano, para 18,2 milhões de toneladas, ante expectativa anterior de recuo de 12,1% divulgada em julho. A previsão para a produção também foi revista: de tombo de 13,4% para queda de 6,4%, a 30,5 milhões de toneladas.

Segundo Lopes, o setor atualmente ocupa cerca de 63% de sua capacidade instalada, mas esse percentual deve subir para perto de 70% até o final do ano.

A entidade também afirmou que todos as áreas de aciaria e laminação das usinas siderúrgicas do país estão atualmente em operação e que seis alto-fornos que tinham sido paralisados antes da crise provocada pela epidemia seguem fora de operação. Questionado sobre o alto-forno 2 da CSN (CSNA3), que não integra a entidade, Lopes afirmou que “temos informação de que a CSN vai religar em novembro”.

Recuperação em V

Os comentários foram feitos durante visita do secretário especial de competitividade do governo federal, Carlos da Costa, a instalações da Gerdau (GGBR4) no interior paulista. Costa citou em entrevista presencial com jornalistas que a economia brasileira está passando por forte recuperação e que “vamos terminar o ano com centenas de milhares de contratações…2021 será um ano espetacular”.

Na véspera, o Ministério da Economia divulgou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostrando criação de 249.388 vagas formais de trabalho em agosto, acima do esperado.

“Temos já o segundo mês de crescimento de emprego…Emprego é primeiro a cair e último a voltar”, disse Costa, citando que a recuperação da economia tem se dado na forma de ‘V’ e que é normal haver desabastecimento de algumas cadeias de fornecimento após os estoques terem sido fortemente reduzidos.

Para Costa, o único setor que ainda enfrenta “dificuldades sérias” é o de serviços, algo que ele atribuiu em alguns casos a “alguns governos estaduais e municipais que estão exagerando” em medidas de contenção da epidemia. Ele não citou nomes.

Questionado sobre a eventual retirada das medidas emergenciais de suporte à economia, como o auxílio emergencial, Costa foi enfático: “O que move economia não é o governo. Todas as medidas que adotamos, como o auxílio emergencial, foram para mitigar o impacto da crise. Uma vez voltando a economia, o impacto do retorno é superior ao auxílio”.

“Não podemos achar que economia dependerá do auxílio. O que estimula economia é produtividade, confiança, emprego e isso que está retornando de maneira muito acelerada”, adicionou ele.

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