Queda de ações do setor elétrico foi exagerada, diz BB Investimentos
A forte queda das ações de empresas do setor elétrico, arrastadas pelo pânico do mercado causado pela pandemia de coronavírus, foi exagerada. Com o recente Decreto 10.350 e a Medida Provisória 950, ainda em tramitação no Congresso, o impacto da crise sanitária no setor será pequeno.
A avaliação é do BB Investimentos, em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (21). Rafael Dias, que o assina, afirma que “o tão aguardado decreto traz a solução para o risco financeiro de curto prazo das distribuidoras em função da queda de consumo e o aumento da inadimplência.”
O analista acrescenta que a norma é “bem elaborada, no sentido de evitar que haja contaminação para os outros segmentos do setor elétrico, assim como inibe a judicialização”.
Boa base
Embora ainda falte resolver alguns pontos, como o montante da ajuda financeira que será destinada às distribuidoras, e a aprovação da MP 950 que sustenta todo o arranjo, o BB Investimentos está otimista.
Isto porque, segundo a gestora do Banco do Brasil, a norma é explícita ao determinar que os valores recebidos pelas companhias serão considerados passivos regulatórios que devem ser considerados nos reajustes de tarifas, até 2022. Assim, as regras permitem discutir o equilíbrio financeiro dos contratos.
“Por isso, reafirmamos nossa visão de que o setor elétrico deve ser um dos menos impactados pela pandemia, considerando inclusive excessiva a queda verificada no preço das ações de companhias do setor recentemente”, afirma o BB Investimentos.