Queda de ações de shoppings foi exagerada, diz Credit Suisse
Após uma reunião virtual realizada com advogados da firma Ulhôa Canto para discutir os impactos que a reforma tributária poderia trazer para as empresas de shopping centers, o time de analistas do Credit Suisse concluiu que a queda das ações do setor na semana passada foi exagerada.
A proposta da reforma tributária, entregue ao Congresso na semana passada, contempla a união do PIS e Cofins em um único imposto: a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS). O projeto sugere o aumento da alíquota para 12%, o que pode causar um impacto entre 5 e 6% na receita líquida e 9% no fluxo de caixa das companhias.
Na avaliação do banco, a Multiplan (MULT3) sentiria o menor impacto, de 6%, já que tem uma proporção maior de receita dentro do regime de “lucro real”. Iguatemi (IGTA3) e brMalls (BRML3), por outro lado, teriam um impacto entre 10 e 12%.
No entanto, Rodrigo Brunelli, sócio da Ulhôa Canto, e Lucas Gasparete, advogado associado da firma, destacaram que essas estimativas contemplam o pior cenário, cujos efeitos podem ser minimizados.
“Eles veem um potencial de alta para os números, pois o baque nos ganhos podem ser compensados por (i) geração de taxa de crédito; (ii) redução das taxas de pagamento; e, finalmente, (iii) repasses do aumento do imposto para aluguéis”, comentou o Credit Suisse. “Tal perspectiva nos leva a concluir que a queda de 7 a 10% das ações desde o anúncio da semana passada foi injustificada, dando suporte à nossa visão positiva sobre o setor”.
Brunelli e Gasparete mencionaram que ainda existe um longo caminho até a aprovação da reforma tributária. Eles também defenderam que parece muito improvável que as operadoras de shopping centers absorvam 100% do aumento da taxa de dedução.