Queda da Selic: Preços dos imóveis e taxas de financiamento caem juntos?
A tão esperada queda da taxa básica de juros (Selic) veio nesta semana. O Banco Central (BC) cortou a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), passando de 13,75% para 13,25% ao ano.
Representantes de construtoras e incorporadoras, além de empresários do setor, esperaram por essa queda por quase três anos, quando a taxa de juros iniciou um processo de elevação.
A alta de juros impactou fortemente na compra e no financiamento de imóveis. Porém, com a queda da Selic, o preço dos imóveis e o custo do financiamento vão cair?
O CFO da incorporadora BRZ Empreendimentos, Marcos Dutra, avalia que a queda da taxa básica de juros certamente beneficiará a compra de imóveis em dois contextos.
Impactos da queda da Selic nos imóveis
O primeiro, ele diz, será a compra por meio do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV), uma vez que taxa de juros já foi reduzida este ano para o patamar de 4,00% a 8,16%, para as faixas de renda até R$ 8 mil.
“Para esse público, a redução da Selic irá contribuir na capacidade de compra e aliviar as dívidas com as instituições financeiras, abrindo caminho para eles voltarem a terem possibilidade em investir em seu imóvel próprio por meio do programa”, comenta.
Enquanto para famílias com renda acima de R$ 8 mil, Dutra comenta que a redução da Selic proporcionará redução das parcelas de financiamento de imóveis feitos diretamente com bancos.
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“Não diria que essa redução poderia tornar atrativo a compra de imóveis, uma vez que a taxa de juros ainda ficará em um patamar bastante elevado. Porém, não deixa de ser um início de um processo de desaceleração que, futuramente, levará a essa atratividade”, pondera.
Entretanto, quando há aumento ou redução da taxa Selic, o efeito não é imediato, como economistas explicam. Desta forma, o CFO da BRZ Empreendimentos reforça que o impacto de redução de taxa de juros para o consumidor final sempre virá meses após o início das mudanças feitas pelo Banco Central.
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Ele explica que, até a cadeia de produção e matérias-primas, a geração de produção absolverem o corte de juros e chegar às prateleiras, leva um tempo e depende de cada ciclo de produto. Para o mercado imobiliário não deixa der ser diferente.
“Na venda de imóveis, o impacto da redução da Selic também é favorável devido ao aumento da demanda por novos imóveis em um novo contexto de taxas de juros menores”, diz.
Ele acrescenta que, no caso do MCMV o impacto está sendo maior nas vendas devido aos ajustes que o programa sofreu no mês passado, que possibilitou maior subsídio, redução de valor das parcelas e da taxa de juros.
Preço de venda de imóveis reduz alta
O preço médio de venda de imóveis residenciais subiu 0,41% em julho, conforme levantamento mensal do Índice FipeZap, com base em anúncios de imóveis colocados à venda no mês passado. O valor médio calculado para as 50 cidades monitoradas pelo índice foi de R$ 8.548 o metro quadrado.
Impulsionado pela alta nos preços de imóveis com quatro ou mais dormitórios (+0,52%), o indicador ficou um pouco abaixo do apurado em junho (+0,51%). Entretanto, o resultado ficou acima da prévia da inflação (IPCA-15) e do IGP-M, índice de referência para o reajuste dos aluguéis, que exibiram deflação na última amostra.
A capital que apresentou a maior alta no mês foi Campo Grande (+2,04%). Por outro lado, Porto Alegre ficou com a maior variação negativa, de -0,65%.