Queda da Selic não afetará o desempenho da economia tão cedo, diz Fator
A equipe de análise macroeconômica do Fator publicou relatório sobre a decisão do Copom e do FOMC, avaliando os prováveis cortes de juro e os impactos para a economia como um todo.
Para os economistas José Francisco de Lima Gonçalves e Mariana Major de Oliveira, o corte esperado na Selic por Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e do colegiado, não devem afetar a atividade econômica no curto prazo.
O Fator aponta os seguintes pontos para fundamentar a tese: não sensibilidade dos juros do mercado à Selic, pela precificação prévia; a ociosidade nas empresas “reflete uma demanda corrente e esperada frágil”; comportamento do mercado de trabalho é de “crescimento de ocupações precárias e de baixa remuneração” e pouca disposição das empresas para alta de investimentos.
Diante da restrição no âmbito fiscal, os economistas avaliam que “a promessa clássica é a fronteira de investimentos em infraestrutura com recursos privados”, via “amplo programa de concessões de prestação de serviços públicos associados a expansão da capacidade”.
Dicotomia
“Como a demanda externa não vai ajudar (Argentina, China, EUA) e o plano é seguir com reformas que reduzam custos de transação, a redução da Selic é o que existe: inflação esperada abaixo da meta significa que a taxa de juros está acima da taxa neutra, qualquer que essa seja”, pondera o Fator.
Por fim, o Fator avalia a dicotomia existente na reunião desta quarta-feira (31) entre um corte mais moderado, de 25 pontos-base, acompanhado de sinalização pelo Copom de redução mais agressiva de 0,5 ponto percentual a frente; ou corte de 50 pontos-base já nesta reunião.