Queda da inflação está sendo limitada pela pressão fiscal, diz XP
Pelo segundo mês consecutivo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registra queda: -0,36% em agosto e -0,68% em julho. Com isso, a inflação anual caiu de 10,07% para 8,73%, saindo dos dois dígitos depois de quase um ano.
Por mais que os números sejam positivos, a XP aponta que a pressão fiscal no Brasil está limitando os benefícios da desinflação. A expectativa é de que o IPCA feche o ano que vem no patamar de 5,3% – acima da meta de 3,25% de 2023.
“As medidas de estímulo fiscal e a reoneração de combustíveis pioram as perspectivas para a continuidade do processo de desinflação em 2023. Tais fatores elevam as pressões sobre os preços de serviços e bens administrados”, diz em relatório.
Gastos do governo
O banco estima que o Governo Central terá um superávit de R$ 26,6 bilhões em 2022. Mas esse resultado deve ser considerado uma exceção, já que não é sustentável a longo prazo. Isso porque os gastos do governo estão subindo, enquanto a arrecadação diminui.
A preocupação é que despesas que, hoje são transitórias, se tornarem permanentes – é o caso da manutenção do Auxílio Brasil mais robusto, de R$ 600. Só o benefício social, por exemplo, tem um custo fiscal anual estimado em aproximadamente R$ 59 bilhões.
Além disso, devem ser incorporados ao orçamento do próximo ano os reajustes salariais a servidores públicos, o pagamento postergado de precatórios e a criação de novas despesas.
“Reconhecemos que existe um risco adicional de manutenção das desonerações de tributos sobre combustíveis em 2023, o que poderia reduzir a arrecadação em até R$ 54 bilhões”, aponta o relatório.
Isso faz com que a atenção às eleições aumentem ainda mais. Tanto Lula quanto Jair Bolsonaro, ambos preferidos na corrida eleitoral, prometem o Aumento do Auxílio Brasil e implementação de uma correção na tabela do imposto de renda.
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