Quebra do café arábica derruba exportações do solúvel e 2022 não será nada bom também
O aumento da demanda no mercado interno pelo café conilon, para suprir mais o blend com o arábica, ante a drástica queda na oferta e expressiva valorização, impactou negativamente a produção e as exportações do café solúvel.
Após três anos seguidos de expansão, o pó industrializado, que leva majoritariamente a espécie canéfora (conilon e robusta), já perdeu 7,4% dos embarques de janeiro a julho, frente ao mesmo período de 2020. Não mudará no restante do segundo semestre.
Para a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a projeção de crescimento de 3% se reverteu, ampliada ainda pelos problemas logísticos na rende mundial de contêineres, em falta, acrescenta Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da entidade.
Em 2019, e mesmo em pleno vigor da pandemia em 2020, o café solúvel brasileiro bateu recordes de 4 milhões de sacas (60 kg) anuais em exportações para mais de 100 países,com receita cambial de US$ 600 milhões.
O câmbio em 2021, segundo o Lima, também não favoreceu, como em 2020.
E para 2022 a Abic já avisa que deverá rever as projeções de expansão, afinal a ressaca da quebra brasileira neste ano vai se estender para cafezais do ano que vem.