Que tal investir como um grande investidor de capital de risco em cripto?
Um recurso exclusivo dos criptoativos é que qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo pode participar ou investir.
A natureza aberta das redes cripto removeu grandes barreiras que restringiam investimento em estágio inicial para investidores institucionais, como fundos de hedge ou fundos de capital de risco, e permitiu que qualquer um participasse.
Ainda assim, investidores institucionais têm equipes especializadas e relações na indústria que podem fornecer uma vantagem a eles.
Analisar os portfólios de investidores bem-sucedidos no setor pode ajudar qualquer um a obter percepções do que pode ser a maior grande tendência.
Analisando os portfólios de fundos de hedge e de capital de risco em cripto
Abaixo, a Messari listou as principais empresas de capital de risco e fundos de hedge em cripto e registrou seus portfólios líquidos. Não foram considerados investimentos privados ou investimentos em redes que ainda não foram ao ar.
– a16z
– BoostVC
– Digital Currency Group (DCG)
Para grande parte dos painéis, a Messari acrescentou bitcoin (BTC) e ether (ETH) porque 1) grande parte das empresas investem em ambos os ativos e 2) para servir de base de comparação.
Examinando a liquidez do portfólio
Muitas das empresas desta lista são investidores a longo prazo, enquanto alguns fundos como Multicoin Capital e Three Arrows Capital operam como fundos duplos, tanto de hedge como de capital de risco.
Independente da estratégia, tokens líquidos podem fornecer uma vantagem importante sobre fundos de capital de risco tradicionais.
Fundos conseguem se adaptar e mudar sua tese em tempo real.
Conforme o setor de finanças descentralizadas (DeFi) cresce em popularidade, muitos fundos cripto migraram para investir em tokens que servem de alicerce para essas redes ou converteram tokens de existentes que tiveram adesão limitada.
Dois dos portfólios mais líquidos são Pantera e DCG, em grande parte devido ao seu tamanho. Pantera Capital tem um dos maiores portfólios em cripto.
Como um dos fundos mais antigos do setor, o portfólio da Pantera tem investimentos desde DeFi à Web 3.0 e contratos autônomos. DCG também está no topo da lista em termos de quantidade de investimentos, com um número decente de seus investimentos em tokens líquidos.
Outros portfólios grandes e líquidos incluem:
De todos os portfólios rastreados, os mai ilíquido — grande parte investe em ofertas privadas — é Coinbase Ventures.
Com mais de 50 investimentos de capital de risco, incluindo Messari, Coinbase possui menos de dez investimentos líquidos.
O portfólio de investimento privado da Coinbase favorece empresas que um dia poderá adquirir, incluindo diversos fornecedores de dados, plataformas de segurança e outras linhas comerciais adjacentes à Coinbase.
A reversão da tese de investimento privado
Após o “bull market” de 2017, o investimento em tokens resultou em uma reputação difícil e investidores priorizaram o investimento em rodadas de financiamento. Grandes projetos como OpenSea, Uniswap e outros cementaram a tese de que empresas seriam bem-sucedidas sem um token.
Este ano, a febre do setor DeFi impulsionou um amor renovado por tokens entre investidores.
Embora algumas empresas existentes como Placeholder anteciparam a tendência, novos fundos como Three Arrows Capital lideraram a dominância dos tokens DeFi.
Isso não significa que fundos antigos perderam completamente a chance, mas existe uma clara concentração de novos fundos entre ativos DeFi em comparação à Multicoin ou Electric Capital com portfólios concentrados entre plataformas de contratos autônomos.
Além disso, por conta de regulamentações de investimento de capital de risco, fundos como Union Square Ventures optaram em investir em diversos fundos como Autonomous Partners, BlockTower, Polychain Capital e Placeholder Ventures.
Fundos como a16z (Andreessen-Horowitz) abriram mão de suas credenciais de capital de risco para reduzir seus investimentos em cripto.
A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) limita fundos de capital de risco de investir mais de 20% em um fundo nas categorias de “alto risco”, nas quais estão os tokens.
Conforme a indústria continua a aumentar os limites para finanças e tecnologia, a SEC irá pressionar para aumentar esses limites ou, o mais provável, fundos irão se estruturar de forma que a agência não limite seus investimentos.
Novos fundos de capital de risco e novas narrativas
Talvez essa tendência irá se repetir onde novas empresas de capital de risco entrem para alocar capital à Web 3, governança descentralizada e NFT/jogos ou outras narrativas emergentes.
Variant, um novo fundo por Jesse Walden, ex-sócio-gestor do a16z, está investindo em empresas cripto que facilitam a “Economia de Governança”.
Electric Capital que, recentemente, finalizou um segundo fundo cripto de US$ 110 milhões, declarou que sua equipe está explorando oportunidades em protocolos de primeira camada, DeFi, privacidade e mercados pertencentes à comunidade.
Conforme cripto cresce, mais fundos de nicho podem surgir para se diferenciarem. Estruturas de fundos governados pela comunidade, como LAO — que está trabalhando para permitir a participação de investidores de varejo —, com certeza mudarão a dinâmica do investimento cripto em estágio inicial.
No ecossistema de capital de risco tradicional, investimentos feitos em ações são ilíquidos entre três a dez anos (algumas vezes mais, como no Airbnb). Embora plataformas como Carta tenham melhorado a capacidade de negociar ações ilíquidas, o mercado ainda está limitado para investidores qualificados.
Tokens públicos podem nivelar o campo de batalha para qualquer um com acesso a um celular ou computador. Felizmente, isso poderá resultar em uma melhor alocação de capital ao longo do tempo e democratizar uma indústria que esteve muito limitada apenas a alguns.