Economia

Quase um terço dos fundos de pensão fica abaixo da meta atuarial em 2018

14 maio 2019, 15:45 - atualizado em 14 maio 2019, 15:45
No ano anterior, todos os planos conseguiram bater o objetivo atuarial

Por Arena do Pavini 

Levantamento com 55 planos de fundos de pensão fechados com beneficio definido e contribuição definida feito pela consultoria Luz Soluções Financeiras mostra que 31% deles não conseguiram cumprir as metas atuariais em 2018.

No ano anterior, todos os planos conseguiram bater o objetivo atuarial. Desses que ficaram abaixo da meta necessária para cumprir os compromissos futuros, 41% eram fundos indexados ao IGP-M e IGP-DI e 53% tinham taxa atuarial superior a 5% ao ano.

Entre os fundos com contribuição definida, que não garantem um valor fixo de beneficio no final, entre as estratégias, o pior desempenho foi dos fundos conservadores, que sofreram com a queda dos juros em 2018 e dos quais 29% não conseguiram sequer superar o CDI do período.

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O estudo também mostrou que, entre as classes de ativos, as estratégias mais agressivas sofreram com aplicações no mercado imobiliário, operações estruturadas e aplicações no exterior. “São aplicações que possuem uma complexidade maior e isso pode ter afetado o resultado”, afirma Henrique Sinzato, responsável pelo levantamento.

Já os fundos com estratégia moderada, 48% não conseguiram atingir a meta. Entre os de estratégia agressiva, 42% não cumpriram a meta também.

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Mudanças com reforma da Previdência

A Luz fez também um estudo sobre os impactos da reforma da Previdência para os fundos de pensão. Mudanças como expectativa de definição de idade mínima, redução de benefícios e as regras de transição devem interferir com a vida de fundações e mantenedoras.

A primeira conclusão é que os fundos terão de investir mais em educação financeira para estimular as novas gerações a poupar mais cedo, para permitir acumulação maior. Essa necessidade, porém, esbarra no perfil da chamada geração milenium, que não quer continuar na mesma empresa por toda vida.

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A idade mínima de 65 anos para homens, também levará muitos associados a fundos de pensão a adiar aposentadoria e exigira mais contribuições das patrocinadoras.

Outro impacto de custos se dará nos benefícios, especialmente nos planos de saúde. No caso de um funcionário de 46 anos que mudasse a aposentadoria dos 56 anos para os 62 anos, o custo do plano saúde saltaria de R$ 200 mil para R$ 600 mil. Ou seja, aproximadamente três vezes o gastos. A conclusão é que a reforma da Previdência exigirá uma mudança na cultura das pessoas, que vao ter de começar a contribuir mais cedo e aderir mais cedo aos planos de previdência fechados das empresas.