Quase R$ 90 bilhões somem do Brasil com mau humor global; Veja quem mais perdeu
O dia de fortes perdas no mercado global com o acirramento da disputa entre EUA e China fez desaparecer R$ 88,3 bilhões em valor de mercado do Ibovespa. O índice desabou 2,5% e fechou aos 100.097 pontos, depois de perder pela primeira vez no intraday o piso de 100 mil pontos desde 27 de junho. A mínima do dia foi de 99.630 pontos.
Dos 66 papéis que compõe o índice, apenas Marfrig (MRFG3) e IRB (IRBR3) conseguiram fechar o dia no positivo.
O movimento de forte aversão ao risco no mercado fez com que o valor de mercado das ações do Ibovespa perdesse os R$ 4 trilhões, fechando a segunda-feira a R$ 3.914.526.405.000 trilhões. Os cálculos foram realizados e fornecidos pela Economatica, a pedido do Investing.com Brasil.
Com recuo de 3,66% no dia, para R$ 25,55, a Petrobras (PETR4) somou a maior perda nominal de valor de mercado do pregão. Ao todo, a companhia viu desaparecer R$ 14,44 bilhões de seu valor. O papel está no menor valor desde 20 de maio.
A Vale (VALE3) perdeu R$ 9,44 bilhões em valor de mercado com recuo de 3,85% nesta segunda-feira. O papel está numa ladeira abaixo desde meados de julho e fechou no menor valor desde 21 de fevereiro.
O Santander (SANB11) completou o TOP 3 de perda de valor de mercado com -R$ 5,31 bilhões. O banco perdeu 1,44% e está no menor preço desde 24 de maio.
Na sequência, Ambev (ABEV3) perdeu R$ 5,2 bilhões, Bradesco (BBDC4) ficou R$ 5,1 bilhões menor e Itaú Unibanco (ITUB4) está R$ 3,7 bilhões abaixo. B3 viu seu valor de mercado recuar R$ 3,4 bilhões, Banco do Brasil (BBAS3) perdeu R$ 2,5 bilhões, Telefônica (VIVT4) ficou com -R$ 2,2 bilhões e, fechando o TOP 10, BB Seguridade (BBSE3) fechou R$ 1,6 bilhão menor.
Fora do Ibov, o Banco Pan (BPAN4) disparou 8,8% e ganhou R$ 981 milhões de valor de mercado, o maior do dia.
Guerra Cambial
Os Estados Unidos não esperaram para contra-atacar a China em nova etapa da guerra comercial entre os dois países.
No final desta segunda-feira (5), o Tesouro dos EUA informou que classificou o gigante asiático como país manipulador de moedas e afirmou que vai trabalhar com o FMI para impedir a ‘competição injusta’ de Pequim.
A resposta dos EUA veio após a China desvalorizar o iuan para o menor nível em mais de 10 anos, acima dos 7 iuanes por dólar. Isso foi um sinal de que o país está disposto a tolerar mais fraqueza no câmbio para aumentar a competitividade no comércio global, o que poderia inflamar ainda mais um conflito comercial com os Estados Unidos.
A forte queda de 1,4% no iuan vem dias depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, surpreender os mercados financeiros ao prometer impor tarifas de 10% sobre US$ 300 bilhões restantes das importações chinesas a partir de 1º de setembro, quebrando abruptamente um breve cessar-fogo na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.