Quase 75% dos americanos esperam aumento de preços com tarifas de Trump, diz pesquisa Reuters/Ipsos

A maioria dos norte-americanos já se prepara para preços mais altos em uma ampla gama de bens de consumo após a decisão do presidente Donald Trump de impor novas tarifas sobre as importações da maior parte do mundo, mostrou uma nova pesquisa Reuters/Ipsos.
Realizado em três dias e concluída no domingo, o levantamento revelou que 73% dos entrevistados disseram acreditar que os preços dos itens que compram diariamente devem aumentar nos próximos seis meses após a entrada em vigor dos novos impostos sobre quase todas as importações.
Apenas 4% dos entrevistados achavam que os preços cairiam e o restante não esperava nenhuma mudança ou não respondeu à pergunta.
O anúncio feito por Trump na semana passada sobre os maiores aumentos de tarifas dos EUA em décadas abalou Wall Street, já que muitos economistas previram que eles podem provocar uma subida dos preços e desencadear uma recessão nos EUA e no resto do mundo.
Cerca de 57% dos entrevistados da pesquisa — incluindo um quarto dos entrevistados do Partido Republicano, de Trump — disseram que se opõem às novas tarifas, que incluem taxas de pelo menos 10% sobre as importações de quase todos os países.
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Cerca de 39% dos entrevistados apoiaram as novas tarifas, e 52% disseram concordar com o argumento do governo Trump de que outros países estão tirando vantagem dos EUA no que diz respeito ao comércio internacional.
Trump frequentemente cita esse ponto de vista como um motivo para decretar novas barreiras comerciais, dizendo que elas levarão a um boom na produção dos EUA. Quarenta e quatro por cento dos entrevistados disseram discordar dessa opinião.
A maioria dos norte-americanos se dividiu em linhas partidárias sobre se tarifas mais altas são uma boa ideia. Metade dos entrevistados — incluindo quase todos os republicanos — disse concordar com a afirmação de que “qualquer dor econômica de curto prazo vale a pena para tornar os EUA mais fortes no longo prazo”. A outra metade — incluindo quase todos os democratas — disse discordar da afirmação.
A pesquisa Reuters/Ipsos, realizada online e em todo o país, entrevistou 1.027 adultos norte-americanos e teve uma margem de erro de cerca de 3 pontos percentuais.