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Quantos bilhões de reais a Petrobras (PETR4) pode pagar de dividendos após a produção do 3T22?

25 out 2022, 14:55 - atualizado em 25 out 2022, 20:07
Petrobras
Petrobras deverá pagar bons dividendos, segundo analistas; mas vale comprar? Clique aqui para ler a matéria na íntegra (Imagem: Agência Petrobras)

Mesmo com a queda da produção e venda no terceiro trimestre, a Petrobras (PETR3;PETR4) continua empolgando analistas com a perspectiva de pagar dividendos estratosféricos.

Apesar de produzir 6,6% menos petróleo do que no ano passado, os dados ficaram dentro da expectativa.

A ação preferencial da Petrobras fechou em queda de 1,50%, a R$ 36,89.

“É claro que a queda dos números não anima, mas esses efeitos negativos já eram esperados pelo mercado, que agora aguarda os resultados do terceiro trimestre, no dia 3 de novembro”, afirma o analista da Empiricus, Ruy Hungria.

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Destaques da Petrobras

Além da queda da produção, as vendas de derivados de petróleo da Petrobras no mercado interno atingiram 1,798 milhão de barris/dia no terceiro trimestre, recuo de 7,6% na comparação anual.

“A redução nas vendas de derivados também já era esperada em função do aumento de preços e menor demanda para geração termoelétrica”, observa a Guide Investimentos.

A produção total no pré-sal foi de 1,94 MMboed, em linha com o segundo trimestre, representando 73% da produção total da Petrobras. Em relação ao ano passado, houve uma queda de 3,8%.

“Lembrando, que quanto maior a produção no pré-sal, menor o custo de extração por barril (lifting cost) e maior a rentabilidade da companhia”, coloca Hungria.

O Itaú BBA recorda que o bom desempenho em novos ativos foi suficiente para compensar a menor produção causada pela redução da participação da Petrobras em Atapu e Sépia e o descomissionamento e desmobilização do FPSO Capixaba.

“Diante desse bom desempenho, a empresa reafirmou sua expectativa de atingir a projeção (guidance) de produção para o ano”, completa.

No segmento de refino, houve queda na produção (-9%) e nas vendas (-8%), reflexo principalmente do desinvestimento da Refinaria Landulpho Alves na Bahia, que correspondia a 13% da capacidade de processamento da Petrobras antes de ser vendida.

“Por isso, mais importante do que o volume é analisar o aumento no fator de utilização do parque de refino, que cresceu de 85% no terceiro trimestre de 2021 para 88% no terceiro trimestre de 2022”, argumenta o analista da Empiricus.

Em gás e energia os números também caíram na comparação anual, especialmente pelo elevado nível dos reservatórios no trimestre, que prejudicou a geração de energia. 

O banco calcula que a Petrobras anuncie um dividendo de US$ 6,5 bilhões, considerando que ela fique com uma alavancagem de 1 vez a dívida líquida sobre Ebitda

Mais dividendos pela frente

Para a XP Investimentos, as cifras vieram dentro do esperado e sinalizam mais um trimestre sólido de geração de caixa. A corretora projeta um Ebitda, que mede o resultado operacional, de US$ 17,6 bilhões e dividendos de US$ 6 bilhões.

“Negociando a 2,5x EV/Ebitda (valor da empresa sobre resultado operacional) 2023 e com um carry de dividendos tão positivo, ainda vemos a ação como uma assimetria interessante, e mantemos nossa recomendação de compra”, discorre.

Já o BTG Pactual diz que mesmo com a queda do petróleo Brent, que caiu cerca de 12% entre julho e setembro, a empresa vai gerar um bom caixa.

“Os preços mais baixos do petróleo devem afetar o Ebitda, mas os investidores ainda devem esperar uma exibição sólida do que se tornou uma máquina de geração de caixa”, disseram analistas.

O banco calcula que a Petrobras anuncie um dividendo de US$ 6,5 bilhões, considerando que ela fique com uma alavancagem de 1 vez a dívida líquida sobre Ebitda.

Analistas do Credit Suisse afirmaram ter feito uma leitura dos números “marginalmente negativa” para o terceiro trimestre, devido a um acúmulo de estoques, mas que ainda assim os resultados deverão ser “sólidos”.

“A produção e as vendas implicaram em um acúmulo de estoque de cerca de 98 mil bpd no trimestre – ou seja, a Petrobras produziu (e importou) mais volumes do que vendeu (incluindo exportações) no trimestre. Os principais fatores do resultado foram maiores importações de diesel e menores exportações de petróleo”, disseram os analistas do banco.

O banco suíço projeta um Ebitda de US$ 17,5 bilhões para a Petrobras no terceiro trimestre, o que seria uma alta de 46% ante um ano antes e uma queda de 13% na comparação com o segundo trimestre, diante dos preços mais baixos do petróleo.

“Os resultados provavelmente não serão tão empolgantes quanto no segundo trimestre, quando a Petrobras pagou dividendos extraordinários, mas ainda vemos uma geração sólida de fluxo de caixa livre de cerca de US$ 9 bilhões no trimestre. Isso deve levar a dividendos de US$ 6-9 bilhões no terceiro trimestre, em nossa opinião”, disse.

Cálculos do Bradesco BBI indicam dividendos entre US$ 9,5 bilhões até 11,5 bilhões.

“À luz das tendências operacionais relatadas, acreditamos que a empresa poderia reportar um Ebitda de US$ 17-US$ 18 bilhões para o 3T22”, discorrem os analistas Vicente Falanga e Ricardo França.

(Imagem: Reprodução)

Comprar ou vender?

De acordo com o Bank of América, os dados da Petrobras não trouxeram surpresas e a empresa deverá pagar bons dividendos. No entanto, o banco diz que a estatal sofrerá com a volatilidade eleitoral.

“Mantemos nossa classificação neutra. Embora a Petrobras tenha muitos aspectos positivos, incluindo um forte FCF (geração de fluxo de caixa) e rendimento de dividendos, as incertezas potenciais relacionadas à alocação de capital da empresa após o segundo turno das eleições presidenciais do Brasil no próximo domingo podem limitar o potencial de alta”, argumenta.

Por outro lado, o analista da Empiricus coloca que apesar dos riscos eleitorais e da enorme volatilidade devido à proximidade do segundo turno, a Petrobras negocia por menos de 3 vezes lucros e com um dividend yield superior a 30%, o que torna o risco ante o retorno ainda bastante atrativo.

“Por esses motivos, ela faz parte de várias séries da Empiricus”, ressalta.

O BTG lembra que com menos de cinco pregões até o segundo turno da eleição presidencial, “acreditamos que a volatilidade persistirá e vemos poucas razões para aumentar a exposição à tese da Petrobras agora.

Analistas do Credit Suisse cortaram a recomendação das ações da Petrobras para “neutral” na semana passada, argumentando que preferem reduzir sua exposição em meio à volatilidade trazida pela corrida eleitoral.

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