Inva Capital

Quanto você andaria para economizar R$ 25 do seu bolso?

19 jan 2017, 15:46 - atualizado em 05 nov 2017, 14:08

Luiz Augusto Pacheco é gestor da Inva Capital. Texto originalmente publicado em Value for Life

Pessoa

Já escrevi diversas vezes sobre finanças comportamentais no Plano de Voo e como alguns viéses prejudicam nossa tomada de decisão. Vi um exemplo sensacional de contabilidade mental. Antes de passarmos a ele, vamos relembrar este viés:

Contabilidade mental
Sabe quando tratamos dinheiro de forma diferente? Pois então, este é o viés da contabilidade mental. Muita gente categoriza o salário diferentemente do bônus, por exemplo. Isso leva os investidores a construírem seus portfólios em camadas para atingir diferentes objetivos. Além disso, a separação dos resultados em ganhos/perdas realizados ou não, dividendos, entre outros, acaba dando um peso maior a ativos que geram rendimentos, resultando em rentabilidades menores.

Consequência

  • O portfólio do investidor acaba tendo um risco maior que o esperado, já que não há foco em seu retorno total.

Como corrigir

  • Olhar o portfólio como um todo.
  • Não categorizar os retornos (um dividendo de 3% com uma alta de 7% é a mesma coisa que uma alta de 10%).

Então, você não deveria tratar dinheiro de forma diferente (mil reais achados na rua devem ser tratados da mesma forma que mil reais do seu salário). Numa pesquisa, perguntaram a diversas pessoas: Quanto você andaria para economizar R$ 25?

Para isso, foram criados dois cenários:

  1. Você está em uma loja de móveis e vê um enfeite de mesa de R$ 100 reais. Em outra loja, a cinco quadras, o mesmo enfeite está R$ 75. Você iria a pé até lá?
  2. Você está em uma loja de móveis e vê um sofá de R$ 2.000 reais. Em outra loja, a cinco quadras, o mesmo sofá está R$ 1.975. Você iria a pé até lá?

Note que a pergunta é a mesma: você andaria cinco quadras para poupar R$ 25? Como era esperado, a maioria das pessoas andaria as cinco quadras para comprar o enfeite na outra loja, mas não o sofá.

Esse é um dos motivos de muita gente ter dinheiro investido em renda fixa (cerca de 13% ao ano de rendimento), mas carregar dívida no cartão de crédito (cerca de 700% ao ano de juros).

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