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Quanto de energia sustentável alimenta a rede Bitcoin? BMC tenta responder

02 jul 2021, 9:23 - atualizado em 02 jul 2021, 9:40
Os dados da pesquisa realizada pelo BMC são otimistas demais, pois só voluntários responderam às perguntas simplistas e não houve averiguação das respostas enviadas (Imagem: Pixabay/Free-Photos)

Ontem (1º), o Bitcoin Mining Council (BMC) publicou sua primeira leva de estimativas sobre a matriz energética usada pela rede Bitcoin.

O BMC é um projeto relativamente novo, cuja meta é apresentar novos padrões de transparência ao uso energético do Bitcoin, que se tornou um assunto cada vez mais controverso.

De acordo com seus primeiros relatórios, o BMC afirma ter coletado dados “de mais de 32% da atual rede global do Bitcoin em sua primeira pesquisa com voluntários. Os resultados dessa pesquisa mostram que, atualmente, membros do BMC e participantes do questionário estão usando eletricidade com uma matriz energética sustentável de 67%”.

Os achados afirmam que o ecossistema global do Bitcoin usa 56% de energia sustentável. Ainda assim, a natureza da extrapolação e da metodologia indica como a conclusão da pesquisa pode ser otimista demais.

O levantamento dependeu bastante das respostas de membros do BMC, que incluía apenas três perguntas, segundo a metodologia:

1) Atualmente, quanta eletricidade suas operações totais consomem?

2) Atualmente, qual é a porcentagem de eletricidade sustentável na matriz de geração de energia em suas operações?

3) Atualmente, qual é o total agregado da taxa de hashes de suas operações?

Além do fato de que as respostas foram enviadas por voluntários, o questionário não inclui definições para “eletricidade sustentável” nem existe uma análise dos dados autorrelatados.

Respostas voluntárias de membros autosselecionados também dificultam o desenvolvimento de conclusões estatisticamente válidas.

Segundo o documento da apresentação do BMC, “a energia estimada da rede global do Bitcoin é baseada na análise, nas hipóteses e na extrapolação do BMC”.

A publicação da pesquisa vem em meio a um período de grande transtorno no setor de mineração global, pois operações chinesas foram desligadas e tentaram se realocar após mandatos dos governos municipais e provinciais do país.

Possíveis destinos para essas operações e seus hardwares incluíam os Estados Unidos, bem como o Cazaquistão, com sua energia a carvão.

Como resultado dos desligamentos na China, a taxa de hashes do Bitcoin caiu drasticamente de seu auge.

A dificuldade de mineração da rede Bitcoin, que determina quão difícil é a transmissão de novos blocos por mineradores, pode cair mais de 20% com o novo ajuste em meio à saída de mineradores chineses da rede. A previsão é que o próximo ajuste de dificuldade aconteça neste fim de semana.

Confira, abaixo, o documento do BMC:

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