Quanto custa a participação nos protocolos de cripto?
Em uma publicação recente, Joel Monegro, da Placeholder explora como realizar o cálculo de custo da participação na decisão de governança de um protocolo, bem como o impacto que o preço possa ter na segurança ou nos processos de governança individual.
O surgimento dos mercados de empréstimo apresenta um custo de oportunidade para participantes de votação na forma de uma possível perda de interesse.
Em ambos os lados da transação, usuários podem participar ao tomar poder emprestado às custas das taxas de empréstimo disponíveis.
Monegro sugere que dada a taxa de porcentagem anual (APR) de um ativo, usuários podem influenciar o resultado de uma votação a um custo conhecido e relativo à duração do processo de votação.
Portanto, um curto processo de votação (período mínimo de bloqueio — “lock-up”) mais suscetível a manipulação.
Porém, conforme destaca Monegro, sistemas podem alterar “o custo de governança ao simplesmente mudarem a duração para a conclusão de uma votação”.
Além da proteção de manipulação, essa estratégia poderia impactar o preço do token (talvez de forma favorável), mas também poderia diminuir a experiência de usuário para votantes se o processo de votação for muito complicado.
Monegro não é o primeiro a expandir o possível impacto que serviços de empréstimo em cripto podem ter na segurança dos protocolos de cripto.
Tarun Chitra, da Gauntlet, afirmou que empréstimo “on-chain” (no próprio blockchain) e várias aplicações DeFi poderiam ameaçar as taxas de participação em staking nos blockchains proof-of-stake.
Do ponto de vista de Monegro, à medida que novas plataformas começam a oferecer suporte para ecossistemas DeFi, protocolos que oferecem governança “on-chain” vão precisar resolver as questões de segurança no processo de votação além do staking (se for o caso).
Sistemas de votação ponderados por tokens ainda estão em estágio inicial e existe uma linha tênue entre o fornecimento de experiência de votação amigável para o usuário e o de uma experiência que é cara demais de ser manipulada.
Sistemas de governança “on-chain” podem se beneficiar de ter um processo de votação dinâmico, que aumente o custo para mudanças mais significativas no protocolo, mas que mantenha custos mínimos para atualizações menos controversas.