Quanto a marca é importante em um valuation?
Luiz Augusto Pacheco é gestor da Inva Capital. Texto originalmente publicado em Value for Life.
Quando somos contratados para fazer um valuation, invariavelmente o dono da empresa quer saber o valor da marca. Isso é perfeitamente compreensível, afinal qual melhor forma de medir o sucesso da sua empresa senão saber quanto a marca vale?
O grande problema é calcular com alguma precisão quanto vale a marca. Vamos a um exemplo, quatro listas das marcas mais valiosas de 2016:
As únicas empresas que aparecem em todas as listas são: Apple, Google e Microsoft. Organizando as informações dessas empresas em uma tabela temos (valores em USD bilhões):
Agora se fizermos a diferença o menor e maio valor de cada temos (também em USD bilhões):
A conclusão é fácil: é impossível calcular o valor de uma marca (ou ao menos, descobrir quem calculou do jeito certo). Mas onde está, então, o valor da marca?
Na série de posts sobre valuation, vimos como funciona uma fluxo de caixa descontado. Diversas variáveis são responsáveis diretas pelo valor de uma empresa: crescimento, margens, custo de capital, entre outras. E é aí que o valor da marca entra.
Uma empresa com marca conhecida tende a crescer mais que uma similar menos conhecida. Consegue condições melhores com fornecedores e prestadores de serviço. Atrai melhores talentos. Tem acesso a linhas de crédito mais baratas em bancos.
Claro que todas essa vantagens, contribuem para um maior valor da empresa ao final do valuation. O grande problema é separar a marca do valor total.
Muita gente diz que consegue, mas como vimos nas listas acima isso é história de vendedor.