Taxa Selic

Quando vão voltar os cortes na Selic? Veja as projeções de 5 bancos para o Copom

20 jun 2024, 18:29 - atualizado em 22 jun 2024, 10:57
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BofA, BV, BTG Pactual e Itaú veem Selic a 10,50% até o final deste ano; Santander projeta mais dois cortes (Imagem: Agência Brasil)

A decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) de interromper o ciclo de cortes da Selic trouxe alívio aos mercados. Segundo o Comitê do Banco Central (BC), a manutenção no patamar de 10,50% está alinhada com a estratégia de convergência da inflação de 2025 para o redor da meta.

No comunicado, o Copom manteve a visão de que o cenário internacional continua incerto. Em relação ao cenário interno, foram destacadas a maior resiliência na atividade e nos mercados de trabalho e as expectativas acima da meta na inflação.

“Num tom mais duro, não houve forward guidance, mas o conselho apresentou um cenário alternativo em que a estabilidade nas taxas seria capaz de aproximar a inflação da meta em 2025 (3,1%). O conselho afirmou que a taxa de juros deve ser mantida em patamar restritivo até que as expectativas estejam novamente ancoradas”, afirmam David Beker e Natacha Perez, do Bank of America (BofA).

O BofA, ao lado do BV, BTG Pactual e Itaú, não vê mais cortes na Selic este ano. Assim, a taxa deve fechar 2024 no patamar de 10,50%.

Para o economista-chefe do BV, Roberto Padovani, enquanto as dúvidas sobre o fiscal e sobre a próxima gestão da autarquia permanecerem, as expectativas de inflação não vão cair. “Imaginamos que, pelos próximos seis a nove meses, o Banco Central não volta a cortar taxa de juros”, diz.

Em linha, o estrategista macro do BTG Portfolio Solutions, Álvaro Frasson, destaca ainda o mercado de trabalho doméstico “mais dinâmico” do que o esperado e a falta de sinais claros do Federal Reserve sobre o ciclo de cortes nos juros norte-americanos.

O superintendente de pesquisa econômica do Itaú, Fernando Gonçalves, diz também que “a Selic onde está é o suficiente para fazer a inflação de 2025 convergir para a meta” e que o comunicado passa um “cenário de juros altos por tempo prolongado como mensagem base”.

Santander acredita em mais cortes na Selic em 2024

Diferente dos bancos listados acima, o Santander vê espaço para um retorno da flexibilização dos juros já este ano.

Para a economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi, a taxa básica de juros deve fechar 2024 a 10%. “Vemos um viés ascendente em nossa projeção dada a declaração de hoje”, pondera.

Os cortes devem voltar nos dois últimos encontros do ano, sendo de 0,25 ponto percentual (p.p.) cada. Segundo a equipe de macroeconomia, a justificativa para a possível volta da flexibilização no Brasil é quádrupla:

  • o ciclo de flexibilização nos Estados Unidos deve começar ainda no quarto trimestre de 2024 (4T24);
  • a atual dinâmica da inflação deve continuar benigna até o final do ano;
  • as expectativas de inflação não deve se deteriorar mais; e
  • a atividade deve retornar à tendência de desaceleração no segundo trimestre (2T24), dado o menor impulso fiscal.

Projeções para a Selic

O BofA e o BV esperam que o Copom retome o corte dos juros no ano que vem. O Itaú, por outro lado, tem projeção de que a Selic siga a 10,50% até o final de 2025 e o BTG diz que “o ciclo está em aberto”.

Veja as projeções dos bancos para a taxa em 2024 e 2025:

Banco/Ano 2024 2025
BofA 10,50% 9%
BV 10,50% 9%
BTG Pactual 10,50%
Itaú 10,50% 10,50%
Santander 10%

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