Quando os juros caem nos Estados Unidos? Eis algumas pistas dadas por Jerome Powell
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, realizou seu testemunho semestral perante a Comissão dos Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (EUA) nesta quarta-feira (06).
Durante o evento, ele afirmou que seria possível reduzir a política monetária restritiva, sinalizando os cortes de juros ainda em 2024, e considerou muito baixa a probabilidade do país viver um cenário econômico de recessão.
Powell concordou ser possível chegar a um cenário de “pouso suave” da economia americana, mas afirmou que ainda não é possível “declarar vitória”.
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Fed ainda procura o momento certo
Em seu discurso, o presidente do Fed reiterou o compromisso de promover máximo emprego e preços estáveis para o povo americano. A crença de que a inflação está chegando ao patamar alvo do Federal Reserve alimenta as esperanças do mercado.
O Fed quer que a inflação chegue a 2% para realizar os cortes nas taxas de juros. Atualmente, o índice de preços preferido pelo Federal Reserve para medir a inflação, o PCE, está em 2,4%.
Apesar de reconhecer que esse dado está diminuindo e caminhando para a meta, com notícias boas para o mercado de trabalho e para a economia, Powell afirmou que “o cenário econômico é incerto”.
“Reduzir a política monetária restritiva intensamente ou muito cedo poderia resultar em um cenário irreversível”, completa.
Mas há notícias boas, com a possibilidade de afrouxar a política restritiva durante 2024.
Antes do testemunho, o CME FedWatch Tool, que mostra a probabilidade de cortes nas taxas de juros para as reuniões do Fed, apresentava uma expectativa de 71,5% para a reunião de junho.
Após as falas, a esperança para essa data subiu até o patamar de 74%.
Powell aborda assuntos polêmicos
Além de perguntas sobre as taxas de juros, Jerome também respondeu questionamentos sobre a ajuda financeira dos Estados Unidos à Ucrânia, em conflito com a Rússia, e a crise do Silicon Valley Bank (SVB).
Powell concordou que a guerra fez com que os preços das commodities subissem, mas afirmou não ter uma opinião formada sobre o apoio financeiro do país durante o conflito.
Ainda, o presidente afirmou que “o Fed teve um envolvimento muito baixo com a crise do Silicon Valley Bank”.
Em 2023, quando o banco quebrou, o Fed responsabilizou a gestão do SVB pelos eventos, apesar de reconhecer ter falhado no papel de forçar a correção de vulnerabilidades da instituição.