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Quando o Santander (SANB11) entregará bons resultados? Não em 2023, diz Genial

30 jan 2023, 13:59 - atualizado em 30 jan 2023, 17:54
Santander
Santander: Não será em 2023 que banco irá performar bem, destaca a Genial Investimentos (Imagem: Claudia Paparelli/Bloomberg)

O Santander (SANB11) patina há alguns anos nos resultados, o que fez analistas o elegerem como uma ação a ser evitada. E agora chegou a vez da Genial Investimentos concluir o mesmo. A corretora cortou o preço-alvo do banco de R$ 33,5 para R$ 27,10 e rebaixou o papel de neutro para venda.

De acordo com os analistas Eduardo Nishio e Wagner Biondo, que assinam o relatório, o Santander divulgará mais um resultado fraco no quarto trimestre. O bancão abre a safra do setor na quinta-feira (3).

“Esperamos que o quarto trimestre do Santander ainda seja fraco (ROE de 12,2%), bem abaixo de alguns pares como o Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) que estimamos vir com crescimento sequencial de lucro e rentabilidade rodando em torno de 20%”, discorrem.

Além disso, há o impacto do rombo da Americanas (AMER3) — o Santander é um dos bancos mais expostos à companhia, com dívidas de R$ 3,6 bilhões.

“Acreditamos que os bancos tendam a antecipar pelo menos parte desse impacto já no quarto trimestre. Iremos comentar nossas estimativas primeiramente sem esse impacto e depois separando o impacto de Americanas apartado, já que não sabemos o timing e o montante a ser provisionado nesse primeiro momento”, preveem.

Mas mesmo sem a Americanas, os analistas veem uma piora sequencial no trimestre a despeito de uma melhor sazonalidade. Eles esperam uma continuidade das tendências observadas no terceiro trimestre, “mas com um agravante de maior pressão no custo de crédito e uma tesouraria fraca pelo atual patamar da taxa juros”.

2023 do Santander será extensão de 2022 (o que é ruim)

Mas não foi só o quarto trimestre o principal fator para fazer a Genial recomendar ficar de fora do papel e, sim, um 2023 que se desenha bem difícil (e com o agravante Americanas).

Nishio e Biondo esperam queda de 5,5% no lucro do Santander em 2023, dado o cenário macroeconômico mais desafiador.

“Acreditamos que o consenso de lucro estar otimista demais com R$ 14,0b (R$ 15 b há uma semana atrás), correndo o risco de revisões negativas ao decorrer desse ano”, discorrem.

Para piorar, destacam, a Genial acredita em um impacto adicional (que ainda não foram incorporadas) das provisões com as dívidas das Americanas de -8% no lucro de 2023, considerando 50% de provisão, e -0,3 ponto percentual sobre o capital nível 1, considerando 100% de provisionamento.

Entre os pontos principais de risco do Santander, estão:

  • Fraco crescimento de crédito de apenas 7% a/a, levemente inferior a evolução do setor estimado pela Febram (Federação dos Bancos) de 8,2%.
  • O mix de produtos pressionando a margem do banco (NIM) com empréstimos com maiores garantias, mas menores spreads.
  • Provisões ainda altas por conta das safras mais antigas e maior exposição a pessoa física, mas crescendo menos do que a carteira de crédito em função de um mixcom de menor risco (mais garantias).
  • Uma alíquota de imposto maior, saindo de 20% em 2022 para 30% em 2023, e pressionando os resultados.

“Sem muitos gatilhos positivos para 2023 e um valuation de 1,2x P/VP (um pouco mais esticado que seus pares), rebaixamos nossa recomendação de Santander“, concluem.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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