Commodities

Quando e a partir de quanto as commodities agro darão resistência ao coronavírus?

03 fev 2020, 10:45 - atualizado em 03 fev 2020, 10:45
Soja importada pela China
Importações de soja pela China devem ficar restritas com a epidemia e derruba os preços (Imagem: REUTERS/Stringer)

O efeito negativo que o novo coronavírus está levando às commodities está com jeito de que parecerá notícia velha por um tempo, enquanto se renovam as estatísticas tristes da epidemia. Nem o fim do feriadão do Ano Novo Lunar chinês, esticado pelo governo, deu ânimo. O consumo cai generalizadamente.

E o governo surpreendeu cortando as taxas de juros, tentando irrigar mais a economia. Só que os apelos para que se restrinja movimentos, quarentenas em algumas regiões e o temor da população em sair às ruas pode anular parte do efeito positivo.

Portanto, os fundamentos próprios da soja, por exemplo, como déficit global previsto e a China tendo que comprar mesmo dos Estados Unidos, estão sendo anulados.

Dado o volume transacionado pelo China no seu comércio global, a soja acumula quedas sucessivas a partir de 17 de janeiro na Bolsa de Chicago (CBOT). Desde a abertura dos negócios nesta segunda (3), os fundos comprados tentam opor resistência ao viés de queda, oscilou desde 0,25 a 1 ponto queda, e estancar as fortes baixas, de mais de 16 pontos na quinta (30).

Ao redor das 10h40 (Brasília), o março e o maio perdiam 0,50 e 0,75 pontos, ambos entre US$ 8,70 e US$ 8,6 o bushel, aumentando a distância para o piso base de US$ 9 que flutuava antes da epidemia.

Na Bolsa de Dailan o óleo de soja reflete a baixa do consumo, e fechou a segunda tocando as mínimas, assim como outros produtos de compra direta pela população, como ovos e óleo de palma.

Milho e trigo seguem mais presos a alguma fuga de recursos, trocados por ativos mais seguros, uma vez que possuem menor participação no comércio mundial com a China.

Mas especialmente o milho ainda pode vir a sentir o mesmo reflexo do consumo menor, já que é o principal insumo alimentício nas granjas.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.