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Quando é a hora de vender uma ação? Veja 5 motivos para se desfazer de um investimento

28 nov 2020, 18:00 - atualizado em 26 nov 2020, 21:49
Quando se trata de renda variável, persistir em uma estratégia errada, pode custar caro (Imagem: Pixabay)

Em algum momento você já pensou em se desfazer de um dos seus investimentos? Quando a estratégia adotada não condiz com o prazo, e até mesmo, com o seu perfil de investidor vale a pena repensar no seu portfólio de ativos.

Quando se trata de renda variável, persistir em uma estratégia errada, pode custar caro. Por isso, antes de fazer qualquer tipo de aplicação entenda quais são os riscos.

Além disso, certifique-se que não se trata de uma pirâmide financeira, desta forma, você se previne de entrar em ciladas.

Em segundo lugar, é importante ter em mente se o investimento está de acordo com o seu perfil de investidor. Ou seja, dentre as categorias de conservador, moderado e agressivo existe a ideal para o seu momento de vida e objetivo. Ter este autoconhecimento irá simplificar a sua carteira de investimento.

Se desfazer de um investimento nem sempre é uma tarefa fácil. É necessário reconhecer que a estratégia adotada já não faz mais sentido com o seu momento de vida e até mesmo já não faz parte dos seus objetivos.

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O preço da minha ação caiu. Devo vender?

Essa é uma das principais perguntas de quem está iniciando nos investimentos. A movimentação da cotação por si só não reflete uma informação relevante. Isso porque, é normal na renda variável, os preços das ações mudarem para mais ou para menos. Especialmente no curtíssimo prazo a volatilidade será maior.

Em outras palavras, se a motivação da venda é apenas as flutuações dos preços sem uma análise mais aprofundada da empresa isso significa que o seu cérebro pode estar sendo impactado pela aversão à perda e talvez este não seja o investimento ideal neste momento.

Conheça 5 motivos para se desfazer de um investimento:

1- A empresa perdeu os fundamentos?

Quando se trata de renda variável, algumas estratégias apontam para a ideia de comprar a ação com a mentalidade de dono. Isso significa, que ter esse ativo em carteira, você passa a ser sócio da empresa, correndo os mesmos riscos que o empreendedor.

Por isso, analisar os fundamentos da empresa é essencial antes de investir. Verificar se a companhia tem dívidas, lucro líquido, e até mesmo qual o retorno sobre o seu investimento são alguns indicadores que precisam ser analisados.

O fato é que comprar uma ação a fim de manter ela em um horizonte de tempo até o “infinito” é pouco factível.

Na prática, poucas empresas conseguem se manter altamente lucrativas durante as décadas. Desta forma, se a empresa perdeu os fundamentos: venda.

Será necessário monitorar e fazer, de fato, uma gestão ativa do seu patrimônio. Sempre monitorando não somente as ações, mas também as companhias para onde o seu dinheiro estão sendo destinado.

Acompanhe sempre os fatos relevantes emitidos através do setor de Relacionamento com o Investidor. Esta seção está no site de todas as empresas listadas na bolsa de valores. O intuito é deixar o acionista bem informado sobre os acontecimentos da companhia.

Se necessário você pode acompanhar uma casa de análise research para ter a visão de um analista profissional sobre determinado ativo e sobre as perspectivas futuras para a empresa. Lembrando que a responsabilidade e a tomada de decisão serão sempre do investidor.

 O humor do mercado não pode afetar a mentalidade do investidor (Imagem: Agência Brasil/Marcello Casal Jr)

Em resumo, se após vários anos a empresa que era líder no setor já não está conseguindo trazer os resultados esperados, avalie se ainda vale a pena. Caso a empresa encontre-se com dificuldades a ponto de não encontrar novas oportunidades no setor espremendo ainda mais as margens, está na hora de vender.

2- Valor intrínseco

Por diversas vezes o preço de uma ação sobe exageradamente. Especialmente no curto prazo as notícias, boatos e especulações elevam o preço. O humor do mercado não pode afetar a mentalidade do investidor. Este é um dos passos manter lucros consistentes longo do tempo.

Não é necessário vender o ativo só porque a cotação ficou um pouco mais cara. Isso porque o preço é diferente de valor. Este segundo é intangível, e equivale à mentalidade de sócio que vimos anteriormente.

Entretanto, até mesmo as ações das melhores companhias devem ser vendidas quando os preços ultrapassam o valor intrínseco. Isso porque, no médio e longo prazo o preço torna-se insustentável e ação retorna a patamares inferiores. Por isso, venda quando superar o valor intrínseco.

3- Encontrei outra oportunidade

É natural que no meio do caminho você se depare com outras oportunidades de investimentos.

Avalie o risco frente ao retorno da aplicação e, principalmente, o custo de oportunidade envolvido.

Como a economia é dinâmica baseada em ciclos, há momentos que será mais interessante investir no próprio negócio do que em ativos do mercado financeiro. Quando a taxa de juros está baixa, isso faz com que, na teoria, o empréstimo para capital de giro seja facilitado. Fazendo com que as empresas tenham acesso a um capital barato para crescer e se desenvolver.

O custo de oportunidade, neste cenário, é a taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) Se ficar claro que aplicar o capital na sua empresa, para quem trabalha como autônomo, for maior que investir no ativo mais conservador que o tesouro Selic então vale a pena investir no seu próprio empreendimento do que deixar o dinheiro alocado no Tesouro Selic.

Por outro lado, cada situação terá uma definição diferente. Colocando este cenário comparado com o índice Ibovespa poderia ser feita outra análise, concluindo, que em determinado ano vale mais a pena o dinheiro aplicado em um ETF que replica o Ibovespa do que alocar os valores no próprio negócio.

Assim, vale a pena se desfazer do ativo quando a nova oportunidade tiver seguramente lucros que ultrapassem a margem que o investimento anterior poderia ter.

Ter alta exposição em um setor ou até mesmo em uma categoria de ativos é ruim (Imagem: B3/Divulgação)

4- Alta exposição em um setor

Quando uma ação tem alto percentual na sua carteira, muito provavelmente, ela se valorizou tanto que passou a representar uma fatia grande do total de ativos. Neste caso, é imprescindível rebalancear a carteira de acordo com o seu perfil de investidor.

Ter alta exposição em um setor ou até mesmo em uma categoria de ativos é ruim. Ter uma carteira diversificada é um diferencial pois, quando há crises no setor ou generalizada apenas parte dos seus ativos será prejudicada porque a descorrelação de um ativo com o outro te proporcionará proteção.

Acima de tudo, pulverize os seus investimentos. Não fará sentido deixar todos os seus ovos em uma única cesta. Assim, ao notar alta exposição em determinado ativo ou setor, realize um lucro parcial para rebalancear seus ativos de acordo com o seu perfil de investidor.

5- Todos nós erramos

Faz parte do jogo errar a estratégia de vez em quando. Percebendo o erro não fique segurando o investimento com a expectativa que ele volte ao patamar anterior.

Isso pode fazer com que você perca ainda mais dinheiro. Quando um erro passa despercebido, porém você identifica um tempo depois, desfaça o erro para perder o mínimo possível. Há casos em que a empresa encontrasse em turnaround e deve ser analisado de forma criteriosa para certificar-se de que vale a pena ter prejuízo no curto prazo para que a companhia se recupere.

Vale lembrar que esta estratégia é altamente agressiva e só é recomendada para investidores que estão a mais tempo no mercado. Somente em situações muito específicas vale a pena segurar o prejuízo por um curto período.

Acima de tudo, se a sua estratégia estava errada, lide com isso e siga em frente. Faz parte aprender com os erros.