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Qualidade de crédito da Gafisa afunda ainda mais no lixo, avalia Moody’s

13 nov 2018, 18:37 - atualizado em 13 nov 2018, 18:37

O rating global da dívida corporativa de longo prazo da Gafisa (GFSA3) foi cortada de B3 para Caa1, avaliou a classificadora de crédito Moody’s em um relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (13). A posição da nota da construtora está dentro do nível considerado especulativo, ou lixo, e distante apenas quatro degraus do pior possível.

Segundo as analistas Carolina Chimenti e Marianna Waltz, o rebaixamento reflete as expectativas de que a recuperação do desempenho operacional pode demorar mais que o antecipado e que a companhia enfrentará riscos de execução durante a implementação de sua nova estratégia de negócios, o que aumenta a probabilidade de reestruturação adicional de dívida no curto prazo.

“A Gafisa continuará reportando métricas de crédito fracas no curto prazo, principalmente as de rentabilidade, alavancagem e liquidez, e permanecerá sujeita à retomada das vendas e a uma recuperação mais sustentada do segmento de construção residencial para gerar caixa e cumprir com os vencimentos de dívida”, destacam.

O relatório lembra que, no final de setembro de 2018, a Gafisa tinha R$ 194 milhões em caixa (R$ 118 milhões disponíveis na holding) comparado a vencimentos de dívidas de curto prazo de R$ 200 milhões (cobertura de 1,0 vez), incluindo financiamentos de projetos com vencimento nos próximos 12 meses que serão pagos com recursos de recebíveis de unidades concluídas.

“Ainda assim, a geração de caixa futuro da Gafisa depende do nível de futuros lançamentos e da recuperação das vendas nos segmentos de imóveis residenciais para as classes média e alta em São Paulo e no Rio de Janeiro, que dependem da continuidade da melhora das condições macroeconômicas no Brasil, incluindo juros e inflação em queda e recuperação nos níveis de emprego, endividamento das famílias e concessões de crédito”, ressaltam.