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Qualicorp nega envolvimento na Operação Acrônimo; ações voltam a cair

24 maio 2018, 16:59 - atualizado em 24 maio 2018, 16:59

Por Investing.com – Após a forte queda de quase 8% na véspera, as ações da Qualicorp (QUAL3) operam com nova desvalorização de 2,54% a R$ 19,23. A companhia prestou esclarecimento sobre a denúncia do Ministério Público Federal em um processo da Operação Acrônimo, envolvendo o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, o fundador da Aliança Administradora de Benefícios, Elon Gomes de Almeida, e outros nomes.

Em 2012, a Qualicorp comprou 60% da Aliança e, no ano passado, a totalidade de seu capital social. Além disso, no início deste ano incorporou integralmente essa subsidiária. Em comunicado ao mercado, a companhia informou que “com relação à denúncia formulada pelo Ministério Público Federal contra Fernando Pimentel e mais cinco pessoas, a Qualicorp S.A. esclarece que nem a sua subsidiária Aliança nem qualquer de seus acionistas e executivos são parte do processo. Além disso, o grupo reitera que jamais pleiteou ou obteve qualquer tipo de recurso público, uma vez que suas atividades dependem exclusivamente do cliente privado”.

Na visão da Coinvalores, apesar do esclarecimento, os ativos Qualicorp devem permanecer com alta volatilidade em bolsa no curto prazo não só pelo processo da Operação Acrônimo do MPF, mas também pelo contexto operacional atravessado pela companhia.

Em acordo de colaboração premiada homologado pelo STJ, Benedito Rodrigues relatou ter participado de reuniões com Fernando Pimentel e José Seripieri Junior, fundador do grupo Qualicorp. Na ocasião, Pimentel solicitou apoio para a campanha de 2014 e o executivo indicou que este assunto fosse tratado com seu sócio, Elon Gomes, na época presidente da Aliança Administradora.

O delator informou que Elon Gomes se comprometeu a contribuir ilegalmente com cerca de R$ 2 milhões para a campanha de Pimentel. Em depoimento à Polícia Federal, Gomes confessou os pagamentos e informou que, na verdade, totalizaram R$ 2,6 milhões.

O ex-sócio de Seripieri Júnior usou duas empresas em seu nome, a Support e a Gape, para realizar os pagamentos a firmas indicadas pelo operador de Pimentel, segundo o relato. O objetivo do executivo era permitir que o governo de Minas credenciasse a Aliança para que ela vendesse planos de saúde a servidores, uma espécie de benefício adicional opcional.

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