Juros

Qual país tem o maior juro real do mundo? E o que acontece com Selic mantida a 13,75%?

03 maio 2023, 12:51 - atualizado em 03 maio 2023, 12:51
Maior juro real do mundo
Maior juro real do mundo: Países latino-americanos emergentes lideraram o ranking de juros elevados, já descontada a inflação. (Imagem: Reuters/Carl Recine)

O Brasil ostenta o título de país como o maior juro real do mundo, na faixa de 6,9% ao ano, levando em conta a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano na reunião do Copom entre os dias 2 e 3 de maio, segundo levantamento elaborado pela gestora Infinity Asset.

O juro real já considera o desconto da inflação projetada para os próximos 12 meses, cujo IPCA é estimado em torno de 6%.

Ranking (ª) País Juro real (em %)
1? Brasil 6,94
2? México 6,05
3? Chile 4,92
4? Filipinas 2,62
5? Indonésia 2,45
6 Colômbia 1,93
7 Hong Kong 1,74
8 África do Sul 1,60
9 Israel 1,57
10 Índia 1,29
11 China 0,37
12 Estados Unidos 0,36
13 Hungria 0,34
14 Rússia 0,19
15 Nova Zelândia 0,15
16 Malásia 0,11
17 Reino Unido -0,15
18 Suíça -1,30
19 Taiwan -1,53
20 Japão -1,54

Considerando apenas a taxa nominal, que é de 13,75%, o Brasil tem a segunda maior do planeta, perdendo apenas para a Argentina, na casa dos 80%.

No entanto, com a inflação no país vizinho devendo superar os 100% nos próximos 12 meses, o juro real argentino é negativo (-19%), o menor do mundo.

Ranking (ª) País Juro nominal (em %)
1? Argentina 78
2? Brasil 13,75
3? Hungria 13
4? Colômbia 12,75
5? Chile 11,25
6 México 11
7 Turquia 8,5
8 Rússia 7,5
9 África do Sul 7,25
10 República Tcheca 7
11 Polônia 6,75
12 Filipinas 6
13 Indonésia 5,75
14 Índia 5,4
15 Hong Kong 5
16 Estados Unidos 5
17 Nova Zelândia 4,75
18 Canadá 4,50
19 China 4,35
20 Israel 4,25

Mesmo que o Copom possa surpreender o mercado, o Brasil lidera com folga o ranking de países com maior juro real do planeta, acima de México (6,0%), Chile (4,9%), Filipinas (2,6%) e Indonésia (2,4%), que integram os cinco primeiros colocados.

 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Queda da Selic

Embora as apostas praticamente descartem aumento ou queda de juros na reunião do Copom em maio, a curva futura de juros já precifica os primeiros cortes da taxa Selic a partir de agosto e setembro.

A tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso Nacional, somado com o ambiente de melhora das projeções de inflação no Brasil, corroboram para o espaço de queda da taxa nominal, e consequentemente do patamar de juro real.

Caso a taxa Selic caísse dos atuais 13,75% para a banda de 13,50% ao ano, o levantamento gestora calcula que o juro real do Brasil seria de 6,84%, contra os atuais quase 7%.

Por outro lado, caso o Banco Central tenha que elevar a taxa básica de juros dos atuais 13,75% para o intervalo de 14,25%, isso significaria atingir uma faixa de juro real de 7,06%.

Veja o ranking completo elaborado pela Infinity Asset e o portal MoneyYou: