Qual o rumo da Bolsa e Dólar após a eleição? A visão de 281 grandes investidores
Para onde vai o mercado após as eleições? Este foi o questionamento da XP Investimentos para 281 investidores entre os dias 28 e 31 de agosto. “Com as discussões cada vez mais intensas, buscamos entender quais cenários, para bolsa, juros e dólar, seriam os mais prováveis em caso de vitória de determinados candidatos”, explica a corretora em um relatório produzido nesta terça-feira (4). A XP ressalta que os resultados não refletem a sua visão.
Bolsa
A XP dividiu a entrevista para que cada investidor apontasse qual cenário ele enxergava para bolsa e dólar, caso determinado candidato saísse vencedor na disputa de 2018. O patamar do Ibovespa considerado foi de 76 mil pontos e do câmbio de R$ 4,14.
Para os investidores, o desfecho mais negativo para a bolsa segundo os investidores é o cenário no qual o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) é eleito, no qual 31% apontam que o Ibovespa recuaria para baixo de 50 mil
pontos.
Já o cenário entendido como melhor desfecho para o índice, é o que o ex–governador Geraldo Alckmin (PSDB) é o vencedor das eleições de 2018, em que 90% entendem que o Ibovespa avançaria para acima de 85 mil pontos.
No caso de Jair Bolsonaro (PSL), candidato que apresenta maior intenção de votos no cenário sem Lula, investidores apresentam divergências de opiniões, com 51% indicando que o Ibovespa ficaria abaixo de 85 mil pontos, e 49% que ficaria acima de 85 mil pontos.
Dólar
No caso de Jair Bolsonaro (PSL), candidato que apresenta maior intenção de votos no cenário sem Lula, investidores apresentam divergências de opiniões, com 32% indicando que o câmbio ficaria no patamar de R$ 3,60—3,80 e 32% em R$ 3,80-4,00.
Em um cenário no qual o ex-governador Ciro Gomes (PDT) seria vencedor das eleições de 2018, os investidores apontam um desfecho com câmbio mais depreciado, com 87% indicando que o câmbio brasileiro se desvalorizaria para um patamar superior a R$ 4,40.
Por outro lado, o cenário que os investidores enxergam o câmbio mais apreciado, é no cenário no qual o ex–governador Geraldo Alckmin (PSDB) seria vencedor das eleições, em que 22% dos investidores indicam que o câmbio atingiria o patamar de R$ 3,40 ou menos.
Preocupação
O documento revela que 82% estão preocupados ou muito preocupados com as eleições no Brasil, tanto quanto nos levantamentos de junho, quando o Ibovespa estava em 77 mil pontos e o dólar a R$ 3,77, e julho, quando o Ibovespa estava em 72 mil pontos e o dólar em R$ 3,88. A probabilidade de elevação de juros em 2018 e 2019 não apresentou grande alteração em relação aos levantamentos anteriores.
Previdência
A avaliação mostra que 95% dos respondentes esperam que Alckmin, se eleito, aprove uma reforma da previdência em 2019. Na outra ponta, 64% esperam que se eleitos Lula/Haddad não aprovem uma reforma da previdência no próximo. Entre os que esperam que cada candidato aprove a reforma da previdência, a de Alckmin seria a que duraria mais tempo, quase 9 anos. Por outro lado, a reforma eventualmente aprovada por Lula/Haddad duraria menos de 4 anos antes que fossem necessárias novas medidas.
Selic
O cenário em que os investidores enxergam uma maior taxa de juros é o que o ex-governador Ciro Gomes (PDT) é vencedor das eleições de 2018, onde 39% indicam que a Selic seria 10% ou mais, e 38% acreditam que essa taxa também é a mais provável no caso de Haddad ser o vencedor das eleições.
Já no cenário de Marina Silva, Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin, a maior parte dos investidores acreditam que a Selic ficará entre 7,5- 8%, o que está em linha com a mediana do FOCUS de 2019 (8%).