Qual foi a ‘maior paulada’ que o Magazine Luiza (MGLU3) já recebeu?
A “maior paulada” que o Magazine Luiza (MGLU3) já recebeu foi quando a empresa decidiu abrir vagas voltadas exclusivamente para pessoas negras. A mudança no programa de trainee do Magalu, lançado em 2020, gerou uma enxurrada de críticas.
Em evento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), focado no empoderamento negro para transformação da economia, a fundadora do grupo, Luiza Trajano, destacou que foram três dias seguidos de julgamento.
“Foram 72 horas da maior paulada, e olha que tomo paulada, que já tomei na vida. Eu e o Magazine. Criaram qualquer tipo de discriminação que nem existia”, destacou.
Apesar disso, o Magalu não voltou atrás na decisão e 22 mil pessoas apareceram, comentou Trajano, que lamentou a falta de oportunidades e defendeu a lei de cotas.
Na visão da executiva, depois de 400 anos de escravidão, cota é uma das melhores coisas que tivemos no país. “Uma coisa que resolve mesmo é política pública, olha o que Lei de Cotas mudou”, afirmou.
Magazine Luiza é discriminatório?
Em aspecto de diversidade e inclusão, o Magazine Luiza foi pioneiro ao criar a ação. Contudo, a legitimidade do programa precisou ser reafirmada.
Na época, a Defensoria Pública da União apontou o programa como “marketing de lacração” na Justiça do Trabalho. A juíza Laura Ramos Morais precisou determinar que o trainee para negros do Magalu não podia ser visto como uma prática discriminatória, como foi apontada.
A economista e pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), Janaína Feijó, diz que as empresas que buscam implantar uma agenda inclusiva podem aprender com essa experiência.
“Ações como as do Magazine Luiza ajudam a combater as desigualdades de oportunidades e, consequentemente, as desigualdades sociais. Essas ações são positivas e podem reduzir as diferenças raciais no mercado de trabalho”.
*Com informações da Terra