B3

Qual é a relação do seu investimento com a B3?

02 jan 2018, 11:30 - atualizado em 27 dez 2017, 18:41

Por Débora Duarte, do Yubb

Já ouviu falar em B3? Não? E em bolsa de valores? Aí já, né? E se eu te falar que as duas são a mesma coisa? Juro! Desde março de 2017, o nome é B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão. Mas isso aqui é um blog de investimentos! Então a pergunta é: meus investimentos e B3, qual é a relação entre eles?

Vamos começar do começo, né? A B3 foi criada em março de 2017 pela fusão da  BM&FBOVESPA (a famosa bolsa de valores) com a CETIP (empresa prestadora de serviços financeiros no mercado de balcão organizado, principalmente em renda fixa).

Um dos principais objetivos dessa união foi consolidar a atuação da bolsa de valores (principalmente renda variável) com uma empresa provedora de infraestrutura para o mercado financeiro (principalmente renda fixa). Em outras palavras, assim nasceu uma instituição gigante que oferece inúmeros tipos de serviço para o mercado financeiro brasileiro.

E, é claro, falou em bolsa de valores, falou em investimentos! Já vem na cabeça aquela sala enorme em que as pessoas ficavam gritando, falando ao telefone e analisando aquela tela imensa com todos os valores de ações do dia (Lembra disso? O nome era pregão da bolsa).

Sim, essa sala ainda existe, mas hoje é usada como um “museu” de lembranças daquela época. Atualmente, o pregão é online! Dá para analisar todas as cotações pela internet e realizar os investimentos desejados por lá mesmo.

Então, já dá para perceber que investimentos e B3 tem tudo a ver. Agora chegou a hora de descobrir como e por que. Quer entender? Dá uma olhada no infográfico e continue lendo o texto que vem depois =)

Investimentos da B3

Como a gente já deu um spoiler ali em cima, existem alguns produtos de investimento que são listados na bolsa de valores. Ou seja, você pode investir nas opções negociadas na B3.

Em sua maioria, eles são produtos de renda variável. Alguns exemplos: commodities (açúcar, café, etanol…), moedas (dólar, euro, iene…), Índice Bovespa, as famosas ações e muitos outros.

Se você quiser investir na maioria dos produtos em renda variável, seu dinheiro vai “passar” pela B3. O bacana é que, hoje em dia, tudo é feito digitalmente e existem até aplicativos em que você pode acompanhar os preços de compra e venda de ações e muitas outras cotações.

Vale lembrar que renda variável é muito mais arriscada que renda fixa! Se você está começando a investir agora, talvez seja melhor investir um pouquinho em renda fixa e conseguir mais de experiência antes de partir para o mercado de ações.

Que a B3 é a responsável por disponibilizar produtos em renda variável e oferecer um espaço para negociar esses investimentos talvez você já sabia. Talvez não soubesse que a bolsa agora tem esse nome, mas com certeza já tinha ouvido falar em bolsa de valores e compra/venda de ações. Que tal conhecer outras relações dos seus investimentos com a  B3?

Cetip Certifica

Investidor de renda fixa privada, essa é para você! Ao investir nesse tipo de investimento (CDB, LCI, RDB e outros), o emissor, ou seja, o banco, informa algumas coisas à Cetip (que hoje é B3). “Mas ele informa o que?”

Ele informa que você (seu CPF) realizou aquele investimento e, dessa forma, a Cetip registra aquela aplicação em seu nome – ela “cetipa” o seu investimento. Assim você tem a prova de que realizou mesmo aquele investimento e que o investimento está em seu nome.

Antigamente, quando esse processo não existia, você não tinha como saber se o seu investimento estava sendo realizado mesmo. As corretoras podiam até agir de má fé, pegando o seu dinheiro e investindo em outra coisa (ou até mesmo não investindo, o que já aconteceu no passado!).

É aí que entra o selo Cetip Certifica. O selo é dado às instituições financeiras credenciadas (bancos, corretoras e outras) com o objetivo de certificar que todas as operações feitas nessa instituição serão registradas na B3, identificando o CPF ou CNPJ do cliente de forma que ele possa comprovar que aquele investimento foi realizado mesmo.

Tendo esse selo, a instituição financeira só pode vender um ativo para você, cliente, se ele for registrado na Cetip! Ou seja, o slogan “Mais segurança e transparência para os investidores” do Cetip Certifica é, sim, muito real ?

Outra importância do Cetip Certifica é o fato de que, se um banco falir, o FGC pode pedir a lista de investidores para a B3. Assim, fica muito mais fácil e rápido de o FGC restituir os valores aos investidores que tinham investido naquele banco. Imagina como era antes disso? FGC tinha que sair procurando investidor de banco em banco, consultando a lista de clientes de cada banco, algo muito mais demorado e complexo! =(

Essa é a lista dos principais investimentos que devem ser cadastrados no Cetip Certifica pelas instituições credenciadas:

  • Certificados de Depósitos Bancários (CDB)
  • Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
  • Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI)
  • Letra de Câmbio (LC)
  • Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
  • Letras de Crédito Imobiliário (LCI)
  • Letras Financeiras (LF)
  • Nota Comercial (NC)
  • Recibo de Depósito Bancário (RDB)

No site do Cetip Certifica, há a lista completa de instituições financeiras que possuem esse selo, bem como alguns outros investimentos menos conhecidos que também são registrados.

Você imaginava que tantos investimentos assim eram “cetipados”? Ter o selo do Cetip Certifica é um ponto que pode fazer a diferença na hora de você escolher o seu investimento.

Custodiado na B3

No começo do texto, a gente falou sobre alguns investimentos negociados ou disponibilizados pela B3. Agora é o momento de lembrar que alguns investimentos ficam custodiados (ou “guardados”) na B3. Por exemplo, quando você compra ou vende ações, esse procedimento está guardado pelos agentes de custódia autorizados pela B3 em seu nome para que você tenha a segurança necessária.

O que você provavelmente não imagina é que os títulos do Tesouro Direto são custodiados na B3. Isso significa que, ao investir no governo, sua aplicação está registrada em seu nome!

Ou seja, ao comprar um título público (ou uma parte dele), seu dinheiro vai sim para o Tesouro Nacional, mas é a B3 que faz a guarda dos títulos. Uma forma fácil e simples de entender sobre o “custodiante” é dizer que é aquele que tem o documento que comprove que você realizou aquele investimento e, em alguns casos, é a B3 que faz esse serviço de custódia.

Vale dizer também que a B3 cobra 0,3% de seu investimento (ao ano) para realizar a custódia do seu investimento no Tesouro Direto. Esse valor se chamava “taxa BMF”, mas, depois da fusão o nome é “taxa da B3”. Não se esqueça de adicionar isso na hora de realizar o seu planejamento financeiro =)

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