Qual é o maior banco estrangeiro em operação no Brasil? Veja estudo da Fitch
“A perspectiva de maior crescimento da economia brasileira em 2019 deve impactar positivamente os bancos estrangeiros atuantes no Brasil, principalmente os que operam como bancos de investimento”.
A afirmação inicia estudo da Fitch elaborado pelos analistas Mariana Pereira e Pedro Carvalho, no qual demonstra-se panorama positivo para bancos de investimento, ou seja, maior dinamização da economia no setor de M&A (Fusões e Aquisições). A estagnação vista em 2018 no número de IPOs e Follow-ons pode ser explicada, em parte, por incertezas relacionadas as eleições.
Das dez maiores operações de renda fixa no último ano, oito tiveram participação de bancos estrangeiros.
Os dez maiores bancos estrangeiros em operação no Brasil tiveram receitas de prestação de serviço de R$ 2,7 bilhões até junho de 2018. No totalizado de 2017, melhor ano em número de operações no intervalo de 2013 a 2018, o total foi de R$ 4,7 bilhões.
Reestruturação e novos players
A Fitch ressalta o melhor preparo dos bancos após as reestruturações, como o caso de alguns players no Brasil, como HSBC e Citibank, agora com foco exclusivo nas operações de atacado e de banco de investimentos, sem operações de varejo no país
Além disso, a entrada de bancos chineses é destacada, pela sinergia existente entre Brasil e China, evidenciada pelo plano ambicioso da China nomeado “Greater Bay Area”, no qual Macau teria relação direta e estratégica com o Brasil.
“Estas instituições adotaram diferentes estratégias para entrar no país. Banco da China e ICBC Brasil, por exemplo, obtiveram licenças, enquanto CCB Brasil, Haitong e Bocom BBM adquiriram instituições financeiras de médio porte”
Quebra do oligopólio?
Os bancos estrangeiros apresentaram melhora significante em 2018: crescimento médio total de ativos de 19,3% e RoAE (Return on Average Equity) de 14 bancos estrangeiros medidos pela Fitch de 4,86% – contra dados de queda de 4,5% e alta de 1,10% em 2017, respectivamente. “A capitalização se manteve elevada, atingindo uma mediana de 21,6% em junho de 2018, bem acima do mínimo regulatório”, afirma a Fitch.
Encerrando o estudo sobre o setor bancário brasileiro, os analistas Mariana Pereira e Pedro Carvalho enxergam aprimoramento das receitas. “A redução do apetite dos maiores bancos por operações de crédito com grandes empresas, bem como a sinalização do governo a favor de privatizações e concessões relevantes, abrirá espaço para o mercado de capitais, o que também pode impulsionar as receitas dos bancos estrangeiros em 2019”, apontam.
Por fim, um alento ao oligopólio. “A intenção do governo de suspender a necessidade de decreto presidencial para investimentos estrangeiros no sistema bancário pode ampliar a competição no segmento ao facilitar a entrada de novos players, inclusive fintechs”, diz a Fitch Ratings.
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