Qual é a elétrica que caiu nas graças do Itaú (e paga dividendos)
O Itaú BBA revisitou o setor elétrico e elevou a recomendação da ISA Cteep (TRPL4) de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 31,5, antes em R$ 26,5, o que abre potencial de alta de 28%.
- Múltiplos ‘bizarramente’ descontados e dividendos atrativos: analista seleciona cinco ações que reúnem o melhor dos dois mundos; veja a lista
Na bolsa, a companhia não vive os seus melhores dias. O papel acumula queda de 5,65% no ano, em meio à pressão da venda da participação da Eletrobras (ELET3). Porém, na visão do BBA, é justamente esse recuo que torna o papel interessante.
Os analistas recordam que enquanto a ISA caiu, os retornos estão em 9,6% em comparação com as outras ações do segmento, ao passo que veem a elétrica negociando a uma TIR (taxa interna de retorno) de 9,6%, “um potencial de alta interessante dado seu negócio de risco baixo”.
Ainda segundo o BBA, as estimativas refletem:
- o resultado final da última redefinição tarifária para a concessão renovada;
- uma perspectiva mais otimista para investimentos brownfield (melhorias em áreas já usadas);
- e um fluxo de pagamento mais longo relacionado ao componente econômico do RBSE, que, na prática, é o quanto a empresa recebe pela distribuição e transmissão de energia elétrica.
O BBA ainda vê a companhia pagando altos rendimentos de dividendos de um dígito no curto a médio prazo, potencialmente atingindo 8,7% em 2024 (acima de seus pares), assumindo um pagamento de 75%.
As ações da Cteep são agora as mais líquidas entre as transmissoras.
Transmissão é neutra para BTG
No mês passado, o BTG Pactual também atualizou a recomendação para a companhia. Segundo os analistas, a empresa negocia a uma TIR real implícita de 7%, contra 6% para os títulos do Tesouro brasileiro. Ou seja, o papel não está tão atrativo. A recomendação é neutra.
“Também observamos que um risco de pressão relacionado a futuros desinvestimentos da Eletrobras pode continuar a pesar sobre as ações”, dizem os analistas.
Em relação à sustentabilidade dos dividendos da companhia, reconhecida como boa pagadora, o BTG pontua que a política estabelece um payout (parte do lucro reservado para dividendos) mínimo de 75% dos lucros regulatórios se a alavancagem permanecer abaixo de 3 vezes, na relação dívida líquida/Ebitda.
No segundo trimestre de 2024, a alavancagem atingiu 2,5 vezes. Porém, no próximo ano, a alavancagem poderá ultrapassar a marca de 3 vezes em 2025, forçando a elétrica a reduzir seu payout, resultando em dividends yelds menos atraentes.