Qual aplicativo pode substituir o Telegram como rede dos políticos?
Após várias tentativas frustradas de contato com representantes do Telegram, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio da plataforma no Brasil nesta sexta-feira (18).
Uma das principais características Telegram é a possibilidade de criar grupos com até 200 mil membros, sem grandes restrições ou moderação das mensagens, o que facilita a distribuição de conteúdo dentro da plataforma.
Por conta disso, o serviço de mensagem tornou-se popular em diferentes nichos, como grupos de compra e venda de objetos usados, na comunidade gamer e sobretudo entre políticos.
Além do presidente da república Jair Bolsonaro (PL), outras personalidades como as deputadas federais Bia Kicis e Carla Zampelli possuem canais oficiais no Telegram.
Fora do País, figuras como o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da França, Emmanuel Macron, também estão presentes na plataforma.
Para Christian Perrone, head de Direitos, Tecnologia e GovTech do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio), substituir o Telegram não será fácil.
Perrone avalia que o usuário pode até migrar para outro serviço mensageiro, como o Signal ou Wire. No entanto, reconstruir os grupos do Telegram em outro sistema será um processo longo e que nem todos os usuários conseguirão acompanhar.
“Por mais que seja fácil baixar outro aplicativo e começar a utilizá-lo, haverá uma resistência para a adesão de plataformas desconhecidas, vencer essa barreira leva tempo. Com o bloqueio do Telegram, deve haver uma consolidação maior do WhatsApp”, diz.