CryptoTimes

Quais são as principais pessoas do mercado cripto para acompanhar em 2021?

29 dez 2020, 11:00 - atualizado em 24 dez 2020, 18:57
Confira, em excerto das “Criptoteses para 2021” da Messari, por Ryan Selkis, a primeira parte das dez principais pessoas do mercado cripto para acompanhar em 2021 (Imagem: Freepik/starline)

O top 10 de 2020 não decepcionou.

CZ, CEO da Binance, continua no topo do mundo das corretoras (por enquanto) e reforçou seu funil de marketing com a enorme aquisição do site CoinMarketCap.

Uma empresa de Jack Dorsey censurou #fakenews do presidente americano enquanto sua outra empresa acelerou seu apoio ao bitcoin, apresentando o bitcoin e registrando novos usuários, promovendo o desenvolvimento principal e até mesmo escrevendo um manual para ajudar outras empresas a acrescentarem bitcoin a suas reservas.

Brian Klein esteve ocupado no âmbito jurídico de cripto, defendendo “bitcoiners” de possíveis violações de sanções. CoinShares, de Meltem Demirors, ultrapassou US$ 1 bilhão de ativos sob gestão.

Brad Sherman continuou causando, mas poderá ser alguém em segundo plano em 2021. Morgan Beller, o “canário” na mina de carvão da Libra Diem, desistiu do Facebook, mencionando o lento progresso do projeto em meio a muito alvoroço regulatório.

O protocolo MakerDAO, de Rune Christensen, teve um ano recorde em muitos aspectos, mas ficou para trás de seus adversários em meio à febre do setor DeFi.

Zcash, de Zooko Wilcox, recebeu financiamento, passou por um halving e grandes atualizações de protocolo — agora, vamos torcer para que o trabalho de sua vida não seja considerado ilegal.

Justin Sun continuou sendo um artista incomparável, aparecendo tanto em comédias como em dramas sombrios. Peter McCormack continua obcecado por Selkis (e pelo bitcoin).

Então quem são as principais pessoas para acompanhar em 2021?

As mesmas, mas um pouco diferente…

1) Sam Bankman-Fried

Sam Bankman-Fried (“SBF”) foi figurinha carimbada em 2020.

SBF lançou Serum, a nova corretora descentralizada do blockchain Solana; adquiriu Blockfolio, a rastreadora de portfólio cripto, por US$ 150 milhões (a segunda maior aquisição do ano); e investiu em dezenas de novos projetos DeFi por meio de sua empresa de negociação Alameda Research.

SBF e sua equipe ainda apostaram em uns dos projetos mais mercenários do setor DeFi, apoiando Sushiswap, bifurcação da Uniswap, e CREAM, bifurcação da Compound.

Nada disso arruinou seu trabalho como CEO da corretora cripto FTX.

Na FTX, volumes chegaram a US$ 250 bilhões (um aumento anual de 10x), catapultando a corretora ao top 10 por volume global.

Embora a FTX ainda fique atrás de grandes corretoras como Binance, Huobi, OKEx e BitMEX, a competição está acirrada — em parte, pela vontade de SBF em impulsionar a corretora com instrumentos de alavancagem, mercados de previsão e, agora, negociação de ações sintéticas.

Embora seus competidores asiáticos estejam enfrentando desafios com a CCP ou o DoJ, agora SBF tem acesso à Casa Branca: ele foi o segundo maior doador à campanha eleitoral de Joe Biden (o primeiro foi Michael Bloomberg).

2) Michael Saylor

(Imagem: Twitter/Michael Saylor)

O CEO da MicroStrategy apareceu nas manchetes este ano, não apenas pela grande aposta de sua empresa listada em bolsa de trocar suas reservas em dinheiro por bitcoin, mas por suas grandes aquisições individuais e sua ousada adesão a cripto no Twitter.

Outros poderiam ter sido bem mais atenciosos em suas teses públicas de investimento (você mesmo, Paul Tudor Jones) e também mais impactantes em ajudar outros CEOs a realizarem alocações parecidas.

Porém, Saylor tem destaque por ter apostado todas as fichas, por ter acreditado no bitcoin e, assim, a MicroStrategy se tornou a primeira grande aposta bilionária na criptomoeda por uma grande empresa tradicional, mas não será a última que veremos neste ciclo.

Saylor se tornou uma pessoa indispensável de seguir no Twitter. Ele é uma máquina de memes. O bitcoin é “energia monetária”, “rede monetária”, “atleta monetário” e até mesmo um dragão que irá “abocanhar o reino do ouro”.

Vamos combinar que ele somos todos nós, tentando chegar a uma definição proporcional do bitcoin, que passa por reviravoltas todos os dias.

A favorita até agora? “É um banco no ciberespaço, operado por software incorruptível, fornecendo uma conta-poupança global, acessível, simples e segura a bilhões de pessoas que não têm a opção ou o desejo de operar seu próprio fundo de hedge.” Legal.

3) Barry Silbert

Existe uma boa chance de o Digital Currency Group (DCG), de Barry Silbert, ter ultrapassado a Coinbase este ano como a empresa cripto mais valiosa nos EUA, mesmo se não for listada em bolsa no futuro próximo.

A Grayscale, subsidiária do DCG, começou sua ascensão, graças à bênção de monopólio da Comissão de Valore Mobiliários e de Câmbio dos EUA (SEC), oferecida por seus ETFs paralelos, veículos que, com outras gestoras de fundos passivos, tornarão a competição impossível e, agora, irá acumular mais de US$ 10 bilhões em ativos sob gestão.

Ao mesmo tempo, Genesis, a prime-broker do DCG, funciona como uma participante autorizada dos produtos da Grayscale e sua longa história (com a BitLicense) dá à mesa de negociações uma vantagem reputacional nos mercados de balcão (OTC) e de empréstimo, em que registrou um crescimento trimestral recorde em serviços de negociação à vista, derivativos e empréstimos em todos os trimestres de 2020.

CoinDesk dá bastante destaque ao DCG, fazendo um funil incomparável de marketing institucional: novas subsidiárias, como Foundry e Luno, que levam os recursos de staking e governança do DCG para grandes redes cripto e uma melhor integração a mercados emergentes.

Isso tudo sem mencionar o orçamento de guerra da empresa de mais de US$ 1 bilhão em dinheiro e cripto ou seu portfólio de investimento “seed” em mais de 150 empresas. Ou DCG é o Berkshire Hathaway ou o Olho de Sauron da indústria cripto. Tudo depende da sua perspectiva.

4) Balaji Srinivasan

Balaji deixou o cargo de diretor de tecnologia na Coinbase em 2019, mas seu impacto em 2020 foi bem significativo (tanto dentro como fora da indústria cripto) do que em qualquer outro ano que ele trabalhou em tempo integral para uma empresa cripto.

Ele começou 2020 com tudo, lançando o site Nakamoto.com, com uma publicação essencial do Bitcoin como a Bandeira da Tecnologia e um grupo no Telegram que saiu do controle e foi encerrado após 24 horas porque não podemos ter coisas legais.

Estávamos empolgados em ver quais cartas Nakamoto tinha na manga, mas o mundo real atrapalhou e Balaji voltou sua atenção para alertar todos sobre o coronavírus, em que ele foi um dos primeiros a disparar o alarme sobre a doença e a magnitude que esta teria em todo o mundo.

Ele também teve tempo de eviscerar a mídia e os atentos guerreiros de cultura.

Ele parece ter tido influência na política de “não política” de Brian Armstrong, CEO da Coinbase, e seu alerta para uma ascensão do jornalismo cidadão ressoou conforme a consistência e a qualidade jornalística continuou a cair durante o ano eleitoral.

Porém, não por isso que ele está nesta lista.

Em vez disso, seu novo projeto está chamando a atenção. Chame de política de primeiros princípios, um plano de desenvolvimento de um verdadeiro e crível “Estado-rede” na nuvem como um passo inicial ao impulsionamento de um novo país.

Esse projeto está sendo desenvolvido há uma década por Balaji, que está envolvido com o conceito de “saída” há um bom tempo e acredita que finalmente possamos ter as ferramentas e propulsores para tornar novos estados soberanos (em um mundo recém-nascido de um território não povoado e de um novo solo) em uma possibilidade.

Parte 2

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar