Comprar ou vender?

Quais foram os fundos imobiliários mais impactados pela pandemia?

19 abr 2021, 14:59 - atualizado em 19 abr 2021, 14:59
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Observando o desempenho dos FIIs, os fundos de recebíveis se demonstraram mais resilientes frente a pandemia (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Os fundos imobiliários sofreram enorme baque com a crise provocada pelo coronavírus. Apesar disso, houve segmentos de ativos que se saíram melhores que outros, como os fundos de galpões, fundamentais para a logística de produtos comprados via e-commerce.

Segundo a XP Investimentos, em relatório enviado a clientes, os segmentos mais afetados pelas restrições nas atividades comerciais, como shopping centers e lajes corporativas, devem apresentar melhor desempenho à medida que as restrições sejam afrouxadas.

“No entanto, a velocidade dessa retomada do comércio e da circulação de pessoas está fortemente associado ao ritmo de vacinação e níveis ocupação dos leitos de UTI”, ressaltam os analistas Renan Manda, Lucas Hoon e Maria Fernanda Violatti.

Fundos de recebíveis são destaque e shoppings os mais impactados

Observando o desempenho dos FIIs, os fundos de recebíveis foram mais resilientes frente a pandemia, com performance significativamente acima do desempenho do IFIX (33,4% contra 12% do índice).

“Nos últimos meses, os fundos de recebíveis acabaram sendo uma opção de menor risco, considerando o impacto da pandemia nas operações dos fundos de “tijolos” e a frequente indexação das suas carteiras a taxa de juros (CDI) e inflação (tanto IPCA, quanto IGP-M)”, dizem.

Já entre os fundos de tijolos, sem dúvida, os galpões logísticos foram amplamente beneficiadas pela explosão do e-commerce. Em seguida, aparecem os fundos de lajes corporativas que, apesar de impactados no curto prazo, fundos com ativos bem localizados e de maior qualidade demonstraram resiliência.

Em relação aos dividendos, a equipe de analistas lembra que os fundos do segmento de recebíveis e lajes corporativas tiveram os maiores dividend yields. Enquanto isso, os fundos de shopping centers ficaram na lanterninha,  com maior queda nos dividendos entre os principais segmentos, devido ao menor faturamento.

Vacinação será essencial para o retorno

Neste ano, quando todos esperavam que o pior tinha passado, o coronavírus disparou: o número de casos e de mortes superou, em muito, a pior fase da doença no ano passado. Com isso, os shoppings se viram novamente com as portas fechadas.

Porém, agora há uma esperança maior de que a pandemia, enfim, seja controlada pelas vacinas. De acordo com as expectativas da XP, a população adulta será vacinada até o final de 2021. No entanto, é esperado que a população de risco seja vacinada até junho desse ano, possivelmente aliviando a ocupação dos leitos de UTIs.

“Na nossa visão, os segmentos que foram mais afetados (como shoppings centers e lajes corporativas) podem apresentar melhor desempenho com uma possível retomada da circulação de pessoas a partir do segundo semestre, que, em nossa visão, dependerá fortemente da velocidade de vacinação nos próximos meses”, completam.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.