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Quais as alternativas para investir no exterior?

23 nov 2019, 20:00 - atualizado em 22 nov 2019, 20:11
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O investidor brasileiro têm em suas mãos algumas opções para poder estar exposto ao mercado norte-americano (Imagem: Reuters/Carlo Allegri)

Por Paula Salati/Investing.com

Com o IPO da XP Investimentos somente na Nasdaq, em Nova Iorque (EUA), muitos investidores brasileiros podem começar a se perguntar sobre como investir no exterior, seja nas ações da própria corretora ou de outras grandes empresas listadas nas bolsas americanas.

O investidor brasileiro têm em suas mãos algumas opções para poder estar exposto ao mercado norte-americano. Essa é uma estratégia que, para diversos analistas, pode fazer sentido para diversificar, proteger seu capital em moeda mais forte e aplicar no que acredita.

Interessado em investir lá fora? Existem algumas alternativas para aplicar em empresas estrangeiras. A mais fácil, contudo, não está disponível para todos os mortais.

A B3 (B3SA3) tem um programa para que empresas globais possam negociar no Brasil, sem a necessidade de realizar um IPO e ficar amarrado a todas as regras do país. Semelhante às ADRs, a bolsa de São Paulo possui as BDRs, que são recibos de ações negociadas fora do país.

Na B3, hoje existem negociações dessas BDRs de gigantes globais como AppleGoogleDisneyNetflix ou Facebook. Simplificando, quem compra esses recibos possuem direitos praticamente iguais àqueles que compram o papel negociado no exterior.

A dificuldade, contudo, está na decisão da B3 de limitar o acesso às BDRs. Esses ativos só estão disponíveis para investidores qualificados. Ou seja, aqueles que possuem ao menos R$ 1 milhão em ativos financeiros.

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Outra opção é adquirir também na bolsa fundos de gestores que operam ativos internacionais (Imagem: Pixabay)

Alternativas às BDRs

Mas há outros caminhos possíveis. Quem quiser investir no S&P 500 pode adquirir o IVVB11 ou o SPXI11, ETFs negociados na B3 que seguem a cotação do índice de NY, pagando a taxa de administração.

Outra opção é adquirir também na bolsa fundos de gestores que operam ativos internacionais. Os fundos disponíveis para pequenos investidores podem aplicar até 20% em ativos no exterior, desde que esteja exposto na lâmina.

Os COEs também são uma alternativa para diversificação, caso os ativos subjacentes sejam internacionais.

Essas alternativas, contudo, não permitem que o investidor possa escolher empresas específicas.

Escolhendo seus ativos

Se o investidor quiser aplicar em um papel específico – e não tiver capital para comprar BDRs -, terá que abrir uma conta em uma corretora autorizada a operar diretamente nos EUA.

Ao abrir uma conta em uma corretora de fora, é possível também investir em empresas de fora dos EUA, através do American Depositary Receipt (ADRs)(Imagem: Reuters/Thomas Peter)

Algumas corretoras brasileiras fornecem esse serviço para clientes de maior poder financeiro, como a própria XP, que abre essa possibilidade para quem tem R$ 500 mil para investir lá fora.

Outras corretoras, porém, nasceram focadas nesse nicho, como Avenue Securities, a Interactive Brokers e a DriveWealth. A partir delas, é possível investir diretamente na bolsa, escolhendo ativos negociados nos EUA.

“Investir diretamente nos EUA te dá a vantagem de ter uma liquidez muito elevada, de ser dono direto da ação, além de ter acesso a um leque gigantesco de ativos. Somente nas bolsas americanas, há mais de 8 mil empresas listadas ”, diz Alberto Amparo, analista da Suno Research.

Ao abrir uma conta em uma corretora de fora, é possível também investir em empresas de fora dos EUA, através do American Depositary Receipt (ADRs), que são certificados emitidos por um banco depositário americano que representam um número específico de ações de uma companhia estrangeira.

“Dessa forma, dá pra investir em empresas europeias, chinesas, da Oceania, etc”, afirma Amparo.

O estrategista-chefe da Avenue Securities, William Castro Alves, diz também que a entrada no mercado norte-americano tem ficado um pouco mais fácil, apesar de ainda existir algumas limitações.

Em casos onde a corretora não disponibiliza o serviço de câmbio integrado, significa que você terá que realizar a conversão do seu dinheiro de real (Imagem: Reuters/Guadalupe Pardo)

Ele conta que alguns dos empecilhos mais comuns para se investir diretamente lá fora são os valores mínimos (geralmente muito elevados) e a falta de uma operação de câmbio integrada.

“Em muitos casos não é possível fazer o câmbio em um único local, em uma mesma plataforma”, diz Alves.

Ou seja, em casos onde a corretora não disponibiliza o serviço de câmbio integrado, significa que você terá que realizar a conversão do seu dinheiro de real para dólar em uma operadora de câmbio separada, para depois investir.

Porém, independentemente de a corretora ter essa facilidade ou não, vale a pena fazer as contas do spread da operação, bem como das taxas de corretagem e outros possíveis custos de cada uma das instituições, para fazer uma melhor escolha para o seu investimento.

Taxas e spread

É preciso pôr na ponta do lápis que é preciso converter o capital de real para dólar para investir e o inverso para sacar. Com spreads altos no câmbio, o rendimento do investimento pode ficar prejudicado.

Além da taxa de conversão para dólar, as tarifas cobradas por operação podem reduzir significativamente o ganho das compras. Se no Brasil, a batalha das corretoras zerou a taxa de corretagem em diversas casas, essa não é a realidade da concorrência daquelas que operam para brasileiros nos EUA.